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Nacional
Terça - 27 de Janeiro de 2009 às 10:43

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O CMN (Conselho Monetário Nacional) deve liberar nesta semana R$ 700 milhões para financiar o capital de giro das cooperativas agrícolas, anunciou ontem o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes.

A liberação dos recursos foi definida durante reunião de duas horas entre Stephanes e o ministro da Fazenda, Guido Mantega. O dinheiro será liberado por meio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

No início do ano, Stephanes tinha anunciado a destinação de R$ 2 bilhões às cooperativas para facilitar a comercialização da safra. De acordo com ele, o governo ainda não definiu a fonte de recursos para o R$ 1,3 bilhão restante.

O ministro também anunciou que o governo prorrogará, por 90 dias, o prazo para os bancos converterem os débitos dos produtores que aderiram à renegociação da dívida rural. De acordo com Stephanes, a medida deve sair até a próxima semana.

As instituições financeiras tinham até 31 de dezembro para recalcularem os juros e redefinirem as parcelas. Por causa da demora, diversos produtores que concordaram em renegociar a dívida rural não puderam começar a pagar as prestações e passaram a ser considerados inadimplentes.

Na reunião também foram definidas medidas de ajuda ao setor cafeeiro, que está sofrendo com a queda no preço do grão, atualmente em R$ 211 a saca. Para os cafeicultores, o preço mínimo ideal para cobrir os custos de produção é de R$ 320.

Segundo Stephanes, o governo lançará um programa de compra de contratos de café no mercado futuro para a próxima safra. O objetivo é definir um nível 'aceitável' para a cotação mínima do produto nos próximos meses.

A quantidade e o valor a serem adquiridos, no entanto, só serão definidas no final de fevereiro. O programa, ressaltou o ministro, será lançado em março ou abril. A equipe econômica também concordou em adiar, para 2010, parte da dívida do setor que venceria neste ano.

No contrato de compra de opções, o agricultor e o governo acertam um preço para a comercialização de determinado produto. Se, no vencimento do contrato, a cotação estiver menor que a acertada entre as partes, o governo assume o prejuízo e compra o produto por um valor maior que o de mercado. A operação, na prática, garante um preço mínimo para o produtor.

O resultado da reunião não agradou aos representantes do setor, que permaneceram na frente do ministério durante o encontro. O governo não atendeu à reivindicação dos cafeicultores em pagarem até 5% da dívida em café em vez de desembolsarem dinheiro.

"O café passa por uma crise sem precedentes. Desde novembro, o setor demitiu 500 mil pessoas", reclamou o presidente do Conselho Nacional do Café, Gilson Ximenes Abreu.





Fonte: Agência Brasil

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