Parlamentar usa o Mixto, não se reelege e some

O vereador por Cuiabá, Júlio Pinheiro (PTB), usou o Mixto Esporte Clube para tentar tirar proveito político. Acabou se dando mal. Não se reelegeu e agora sumiu. Deixou o clube fundado há quase 70 anos atolado em dívidas mais ainda. A situação ficou tão feia para o lado de Júlio que ele nem apareceu no estádio Governador José Fragelli para prestigiar o amistoso entre seu time e o Corinthians, no último dia 28.

No final do ano passado, o parlamentar virou presidente do Mxto e lançou uma série de projetos e desafios, todos com ênfase à questão financeira e na esperança de receber retribuição da torcida com votos nas urnas de 5 de outubro. O time conquistou o título de campeão Mato-Grossense temporada 2008. Júlio comemorou como nunca e destacou novos planos. Naquele momento já pensava em sua reeleição. Mesmo com grande estrutura financeira, o ex-presidente da Agência de Habitação de Cuiabá foi reprovado pelo eleitor cuiabano. Os 3.232 votos conquistados pelo petebista deixaram-no na condição de primeiro suplente.

Como acabou se indispondo com o prefeito reeleito Wilson Santos (PSDB), Júlio está sem perspectiva de poder, tanto no sentido de ser prestigiado na Câmara Municipal com abertura de vaga pelos titulares da coligação PPS/PTB, Clovis Hugueney, o Clovito, e Ivan Evangelista, quanto na administração tucana.

Com o título do Estadual, o Mixto pôde disputar a Série C. De 64 clubes no páreo, conseguiu ficar entre os 20 e, assim, concorrerá de novo à 3ª Divisão no próximo ano. Por causa da derrota das urnas, Júlio Pinheiro se "recolheu". Os jogadores reclamam que estão com dois meses de salários atrasados (setembro e outubro), algo correspondente a cerca de R$ 160 mil. Para piorar. a Justiça está de olho no caixa do clube para efetuar bloqueios com vistas a saldar dívidas trabalhistas. E assim caminha o futebol de Mato Grosso e seus clubes, muitos usados como trampolim político.