De olho em 2010, Bezerra lança atrativo para se aliar ao PSDB

O presidente estadual do PMDB, deputado federal Carlos Bezerra, afirmou ontem que é possível se repetir em Mato Grosso a aliança nacional que o partido vem discutindo com o PSDB para as eleições de 2010. A condição para isso ocorrer, no entanto, seria o apoio dos tucanos a um candidato peemedebista ao governo do Estado.

Para Bezerra, PMDB e PSDB não têm grandes divergências em nível nacional e a aliança poderia se repetir em vários Estados. O problema é que o partido em Mato Grosso já conta com a pré-candidatura ao governo e evita manter a tradição de coadjuvante para apoiar mais uma vez outras siglas.

"Essa aliança pode sim se repetir no nosso Estado. Isso é viável e possível, desde que eles aceitem apoiar o nosso candidato. Temos um projeto colocado e vários nomes para a disputa", afirmou Bezerra, ressaltando o nome do vice-governador, Silval Barbosa, como um bom nome para pleitear o governo.

Do lado dos tucanos, o PSDB também planeja uma candidatura própria à sucessão do governador Blairo Maggi (PR). A legenda acredita que a reeleição do prefeito Wilson Santos em Cuiabá consolidou a base desse projeto.

Além da pré-candidatura do PSDB, outro fator que dificulta a repetição da aliança sonhada pelo governador de São Paulo, José Serra, um dos presidenciáveis tucanos, é a proximidade do PMDB no Estado com o PR. A legenda conta com Silval como vice de Maggi e na eleição de Cuiabá apoiou o empresário republicano Mauro Mendes contra Wilson Santos.

Bezerra também ponderou que o resultado no Estado fortaleceu o PMDB, já que a sigla elegeu 19 dos 141 prefeitos mato-grossenses. "O PMDB saiu fortalecido das urnas e a nossa candidatura para 2010 é um pressuposto para conversar com os partidos que eventualmente serão nossos aliados", completou.

O PMDB já se aliou várias vezes ao PSDB. A última vez que isso ocorreu em nível estadual foi em 2002, na malfadada campanha em que o tucano Antero Paes de Barros perdeu a disputa ao governo e o ex-governador Dante de Oliveira (já falecido) amargou uma inesperada derrota ao Senado.

Cuiabá - Sobre a derrota do empresário Mauro Mendes diante de Wilson Santos, Carlos Bezerra disse ontem ver o resultado com tranquilidade. O partido apoiava o Galinho no início da campanha, mas mudou de lado para seguir o grupo de Maggi. O dirigente peemedebista frisa, porém, que legenda elegeu dois vereadores e o desempenho no interior corou a revitalização nas urnas.