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Nacional
Sexta - 14 de Junho de 2013 às 09:07
Por: Bruno Rousso

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Estatísticas mostram que o volume de crimes de estupros registrados no Estado do Rio de Janeiro merece ser olhado com atenção pela Secretaria de Segurança. Há um ano, a média deste tipo de crime se mantém entre 16 e 17 casos por dia. E os registros vêm aumentando, como revela o último levantamento divulgado pelo ISP (Instituto de Segurança Pública). A comparação entre abril de 2012 e abril de 2013 aponta crescimento de 15% (454 contra 524).


 
Os dados do ISP, em geral, variam de 450 a 530 notificações de estupro a cada mês. Um paralelo entre 2012 e 2013 mostra que os índices avançam. Tomando como base o primeiro quadrimestre de cada ano, nota-se um aumento de 16 crimes a cada mês.


 
Políticas de proteção em que as vítimas sentem-se mais seguras podem estar por trás desse crescimento, segundo afirma Jaqueline Muniz, antropóloga e pesquisadora da IUPERJ/Ucam (Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro da Cândido Mendes).


 
— Há um crescimento dos esforços públicos em dar atenção às vítimas para que elas se sintam seguras para denunciar.


 
A antropóloga aponta que a proteção faz a diferença, porque a maior parte dos casos de abuso sexual são cometidos por pessoas próximas - no núcleo familiar, por exemplo.


 
Entretanto, estupros em locais públicos, principalmente em transportes, chocam a população. Uma turista americana viveu momentos de terror dentro de uma van no Rio , em março passado. Ela e o namorado pegaram o coletivo em Copacabana, na zona sul, com destino à Lapa, no centro. O casal foi impedido de descer e a mulher foi estuprada por três homens, enquanto o namorado era espancado e obrigado a testemunhar o ato.


 
Em maio passado, outro crime causou comoção. Uma mulher sofreu abusos sexuais dentro de um ônibus da linha 369 na avenida Brasil. Um menor de 16 anos, suspeito de cometer o crime, deve ficar apreendido por até três anos. Ele chegou a debochar da vítima, no momento do seu reconhecimento na Delegacia de São Cristóvão (17ª DP), segundo o delegado Fábio Pacífico.


 
Para Jaqueline, casos assim são um sinal de alerta de que é preciso rever estratégias de fiscalização e policiamento em locais de circulação pública.


 
— Deve-se investir em patrulhamento e investigação para reverter a sensação de medo. Isso deixa não só as mulheres inseguras, mas toda a população insegura.


 
O coronel Paulo Amêndola, advogado e oficial superior da Polícia Militar, diz acreditar que há políticas públicas para evitar esse tipo de crime, mas a execução das medidas é falha.


 
— Pode estar faltando um direcionamento do planejamento para a execução. Os policiais podem não estar bem instruídos quanto o comportamento dos autores.


 
Para Amêndola, deve haver um número maior de policiais nas ruas que estejam em contato com delegacias das regiões. A partir dessa relação, seria possível saber o modo de operação dos estupradores nas áreas para que fosse elaborado um conjunto de medidas preventivas. O coronel destaca que a divulgação de fotos dos suspeitos tem contribuído para que outras vítimas denunciem.




Fonte: Do R7

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