Repórter News - www.reporternews.com.br
Internacional
Sexta - 15 de Agosto de 2008 às 10:27

    Imprimir


Para o ex-presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso, o candidato democrata à Casa Branca, Barack Obama, oferece maior oportunidade para uma nova ordem mundial na qual países emergentes como Brasil ganham destaque na liderança mundial.

"Obama é mais aberto ao 'soft power', ao poder mundial legitimado e dividido. Pelo próprio fato de ser negro, de ser alguém que tem experiência internacional, que viveu na Indonésia, que é doutor em Harvard. Ele é tudo isso e por tal pode oferecer um espaço para a revisão da ordem geral", disse FHC.

Sem confessar sua aposta para as eleições do próximo dia 4 de novembro --"só Deus sabe, se é que Ele sabe"--, FHC indicou sua preferência pelo senador por Illinois. "Uma vez me perguntaram o que é necessário para que os EUA inspirem o mundo novamente. Eu disse: 'olha, são gestos, não coisas de natureza material'. E Obama é, em si mesmo, um gesto", disse.

Sendo Obama ou o republicano John McCain, o próximo presidente dos Estados Unidos, ainda na opinião de FHC, terá o papel de encerrar a atual ordem "pelo poder" e criar uma legitimidade para que a comunidade internacional enfrente questões globais como a fome, o aquecimento global e "a angústia pela falta de um horizonte". "Está claro que algo deverá ser feito para repor as condições do sistema mundial que, usando um termo chulo, está estilhaçado."

Para FHC, em uma época na qual "não se vê despontar uma liderança européia", resta aos EUA e a países emergentes como o Brasil assumir a liderança. "O Brasil deve aproveitar a possibilidade de participar do jogo."

McCain

Se FHC vê benefícios para o Brasil na eleição de Obama, o ex-embaixador brasileiro nos EUA e membro do Centro de Estudos Americanos da FAAP (Fundação Armando Álvares Penteado), Sérgio Amaral, defende a candidatura de McCain, devido ao aspecto econômico.

Para ele, o veterano senador por Arizona garantiria a abertura do mercado americano para produtos brasileiros como o etanol --que já classificou como "exemplo a ser seguido". "Eu não sei ele terá condições de retirar as tarifas do etanol e se terá apoio do Congresso para efetivar sua posição, mas acredito que manterá sua postura favorável", disse.

Para Rubens Ricupero, também ex-embaixador do Brasil nos EUA, McCain tem mostrado "personalidade e solidez" em assuntos importantes para os eleitores, como o aumento do preço dos combustíveis. "Ele foi o primeiro a apoiar a exploração de novas reservas de petróleo. Uma medida à qual Obama acabou se rendendo", explica.

"Ele apela ao típico eleitor americano que procura não o intelectualismo brilhante de Obama, mas alguém em quem se possa confiar em momentos de crise", avaliou. "Obama nunca foi testado em uma crise. McCain foi prisioneiro de guerra no Vietnã, há teste maior do que este?"

FHC e os ex-embaixadores participaram nesta quarta-feira (13) de debate sobre as eleições americanas, na FAAP, na zona oeste de São Paulo.





Fonte: Folha Online

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://www.reporternews.com.br/noticia/174764/visualizar/