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Nacional
Quinta - 07 de Agosto de 2008 às 07:15

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O traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, negou participação em um suposto plano que envolveria seqüestro de autoridades e de um dos filhos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O caso é investigado pela operação X, deflagrada pela Polícia Federal na segunda-feira (4). Outros quatro investigados, um deles o traficante colombiano Juan Carlos Abadía, foi transferido para o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), na penitenciária federal de Campo Grande (MS). O mesmo regime é imposto a Beira-Mar.

A Folha teve acesso ao depoimento de Beira-Mar à PF em Campo Grande, realizado entre a noite de segunda e a madrugada de terça (5). O traficante disse desconhecer plano de seqüestro de autoridades e que nunca usou ninguém para "repassar dados a qualquer pessoa". Afirmou ainda que sua vinculação ao caso ocorre por ser uma pessoa "sempre em evidência na mídia".

Dos oito suspeitos de envolvimento no caso, quatro são presos da Penitenciária Federal de Campo Grande, que o governo diz ser a mais segura do país. São eles: Beira-Mar, Abadía e os assaltantes José Reinaldo Girotti, considerado o mentor do furto ao Banco Central em Fortaleza (CE), em 2005, e João Paulo Barbosa.

Também foram presos e ouvidos na operação a ex-mulher de Beira-Mar Ivana Pereira de Sá, o advogado de Girotti, Vladimir Búlgaro, e dois parentes de Barbosa, Leandro Oliveira dos Santos e Leonice de Oliveira. Segundo a PF, todos serão indiciados sob suspeita de extorsão, formação de quadrilha e seqüestro.

Sobre os outros detidos, Beira-Mar disse ser próximo apenas de sua ex-mulher, com quem tem um filho. Afirmou ter conhecido Girotti, o Alemão, no Presídio Federal de Catanduvas (PR). Negou conhecer Búlgaro, Barbosa e seus dois parentes. Disse ainda que conhece Abadia apenas "pelos meios de comunicação".

Questionado sobre eventual uso de terceiros para articular crimes de dentro da prisão, Beira-Mar negou a possibilidade. Disse que está "isolado há 11 meses" no presídio e que mantém "contato com familiares e advogados somente via interfone, através de um vidro".

Abadía

O traficante colombiano não respondeu à maioria das perguntas da PF. Em relação aos detidos, disse conhecer apenas Girotti e Barbosa. O colombiano mencionou que ainda espera a conclusão de seu processo de extradição aos EUA. O advogado Búlgaro negou participação na quadrilha e depois se recusou a responder às perguntas. O mesmo fez Ivana.

A Folha não teve acesso aos depoimentos de João Paulo e seus parentes, mas apurou que também eles se mantiveram em silêncio.

RDD

A Justiça Federal determinou nesta terça-feira que Abadía, Girotto e Barbosa sejam colocados no RDD. Beira-Mar está no regime desde novembro de 2007.

O regime prevê isolamento total em relação aos outros presos --os banhos de sol são feitos em celas individuais, por meio de um solar. As saídas das celas só ocorrem durante visitas semanais de parentes e encontros com advogados. Não há visita íntima quinzenal.





Fonte: Agência Folha

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