Repórter News - www.reporternews.com.br
Politica Brasil
Segunda - 04 de Agosto de 2008 às 15:11

    Imprimir


Levantamento feito pela Folha nas 50 cidades das regiões Norte e Nordeste que mais receberam recursos do programa Bolsa Família no ano passado mostra que 87,8% dos 41 prefeitos que estão em primeiro mandato vão disputar a reeleição nas eleições de outubro.

A proporção dos que tentam permanecer no cargo por mais quatro anos nos municípios líderes em repasses do programa carro-chefe do governo federal supera a média nacional. Segundo pesquisa da Confederação Nacional de Municípios, o índice de prefeitos-candidatos em todo o país é de 77%.

Dos prefeitos que buscam a reeleição nas cidades líderes do Bolsa Família (as capitais dos Estados não foram consideradas no levantamento), 30 --ou 83%-- são filiados a partidos da base aliada do governo do presidente Lula (PT, PMDB, PRB, PDT, PSB, PR, PTB e PC do B).

Em nove municípios, os prefeitos já estão no segundo mandato e, por isso, não podem participar da disputa. Das 41 cidades onde os prefeitos podem disputar a reeleição, apenas em duas delas houve desistência por vontade própria, em Itabuna e Jequié, ambas na Bahia.

Em duas cidades --Petrolina e Araripina, em Pernambuco-- os prefeitos queriam disputar um novo mandato, mas foram derrotados em convenções partidárias. Em Crateús (CE), o atual prefeito foi afastado do cargo em junho deste ano por decisão da Justiça, e também não concorre.

Candidato à reeleição pelo PTB em Cabo de Santo Agostinho (37 km de Recife), que recebeu R$ 15,4 milhões ano passado, o prefeito Lula Cabral afirma que vai usar o capital eleitoral do Bolsa Família.

"Ainda não estou usando, mas vou usar, como todos os municípios que são beneficiados pela popularidade do presidente Lula. Vamos tirar proveito dessa ajuda considerável que o presidente dá àqueles que mais precisam", diz Lula. "É Lula lá e Lula cá."

Cientistas políticos ouvidos pela reportagem concordam que o uso do Bolsa Família como chamariz eleitoral vai dar o tom da campanha nos municípios onde o programa é mais presente. "As eleições municipais são muito despolitizadas, no geral. É uma agenda local. O Bolsa Família faz muita diferença. É o grande diferencial dessas eleições", afirma o pesquisador da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) Michel Zaidan Filho.

O cientista político David Fleischer, da UnB, compara o efeito eleitoral do Bolsa Família depois de quase seis anos de governo Lula com o impacto do Plano Real nas eleições municipais de 1996, segundo ele o "grande cavalo de batalha da época". "Sem reeleição, o PSDB conseguiu triplicar suas prefeituras na época. Agora, o PT, jogando as cartas que tem, acredito que possa quase dobrar as suas prefeituras. É um fenômeno semelhante", diz Fleischer.





Fonte: Agência Folha

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://www.reporternews.com.br/noticia/175483/visualizar/