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Meio Ambiente
Terça - 13 de Maio de 2008 às 17:19
Por: Felipe Maia

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A organização ambientalista Greenpeace classificou como um "desastre" o pedido de demissão da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, entregue nesta terça-feira (13) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para a organização, o fato mostra uma mudança de postura do governo em relação à questão ambiental.

"Nossa opinião é que isso [o pedido de demissão] é a prova cabal e derradeira das reais intenções do governo Lula em relação a essa questão. O meio ambiente, a questão da Amazônia, perdeu seu anjo da guarda, a única voz no governo que ainda defendia a prudência, o juízo, em relação às questões ambientais", Sergio Leitão, diretor de políticas públicas do Greenpeace, à Folha Online.

Ele aponta como um exemplo disso o fato de Lula ter entregue a presidência do comitê gestor do Plano Amazônia Sustentável ao ministro extraordinário de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, que, na visão do Greenpeace, não tem tradição na luta pela defesa do ambiente.

Na visão do Greenpeace, o fato de Marina ter sido --ao lado de Antônio Palocci-- a primeira ministra confirmada por Lula, em 2001, era uma demonstração da importância que o governo queria dar às questões ambientais, o que acabou não ocorrendo. "É um compromisso que foi completamente esquecido", diz o diretor da organização.

Confronto

Marina também entrando em conflitos com outros ministérios, como a Casa Civil e a Agricultura, em casos e questões que opõem proteção ambiental a interesses econômicos.

Marina também enfrentou problemas com os servidores do Ibama, insatisfeitos com a divisão do órgão e com a criação do Instituto Chico Mendes. Para protestar contra a criação do órgão, os servidores do Ibama fizeram uma greve, que foi criticada publicamente pelo presidente Lula.

"Sabíamos da dificuldade que ela vinha enfrentando, remando contra a maré diariamente ao tentar mostrar que a questão ambiental não é uma pedra no sapato no caminho do desenvolvimento", afirma o diretor do Greenpeace.

Segundo Leitão, a saída de Marina é "a tradução do que o governo quer fazer com a área ambiental". "Independente de quem seja escolhido [para a sucessão], assumirá diante desse patamar de decisão, de que a questão ambiental deve ser afastada. É um sinal de que a questão ambiental não deve ser levada em consideração', afirma.





Fonte: Folha Online

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