Sérgio Ricardo quer um museu em Mato Grosso nos moldes da Unesco

O governo começou a trabalhar a proposta de criação e implantação do Museu de Arte Moderna de Mato Grosso (MAM/MT). A intenção do presidente da Assembléia Legislativa, deputado Sérgio Ricardo (PR) – autor da matéria – é constituir uma entidade dedicada ao incentivo do gosto artístico do público nos campos das artes plásticas, da música, da literatura e da arte em geral.

As ações do governo nesse sentido, segundo o secretário de Estado de Cultura, Paulo Pitaluga da Costa e Silva, estão sendo desenvolvidas de forma “minuciosa” junto a segmentos organizados da sociedade. “A receptividade diante de proposta desse nível cultural engrandece e mostra a preocupação conceitual do parlamentar com a cultura deste nosso estado”, observou Pitaluga.

Na década de 1970 e por intermédio do ICOM (Conselho Internacional de Museus), a UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – elaborou conceito mundialmente aceito, segundo o qual as atribuições de um museu devem estar identificadas com as expectativas da comunidade e servir aos interesses públicos.

Também, na mesma década surgiu – na França – uma nova visão desse instrumento: o Ecomuseu. Segundo Jean Clair (1976), o Ecomuseu prolonga e reforça as diversas formas de atividade museológica, acrescentando-lhes uma nova abertura. "Museu do espaço e museu do tempo, ele se ocupa em apresentar – por sua vez – as variações de diversos lugares num mesmo tempo, de acordo com uma perspectiva sincrônica, e as variações de um mesmo lugar em diversos tempos, de acordo com uma perspectiva diacrônica”, disse Clair.

Em forma de conceito mais acessível, Sérgio Ricardo explicou que o MAM/MT será a cultura viva da sociedade mato-grossense registrando, no tempo, atividades dos mais diferentes povos que habitaram Mato Grosso. “Nele, também estarão guardados os meios e modos de produção de gerações, objetos que testemunharam o trabalho humano e ajudaram no desenvolvimento desta grande Nação. Um museu é o formador de um patrimônio que precisa ser preservado”, descreveu o presidente da AL.

Ele alertou que para levar adiante a proposta é necessário que legisladores, executivos, historiadores, antropólogos e sociólogos “de hoje” sejam os responsáveis pela organização desse espaço.

“É importante que façamos desta frágil, mas extremamente fértil, paisagem cultural – com as artes e a cultura mato-grossense – o ponto de apoio para nos lançarmos ao futuro com a certeza de termos, com a criação do Museu de Arte Moderna de Mato Grosso, preparado o caminho para que populações vindouras olhem o passado e se sintam amparados para continuar porque saberão que têm história, concluiu Sérgio Ricardo.