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Politica Brasil
Quinta - 27 de Março de 2008 às 09:38

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Assim como o governador romano Pôncio Pilatos, personagem do cristianismo que, após algumas tentativas de absolvição, acabou lavando as mãos e não se envolveu na condenação de Jesus Cristo, o governador Blairo Maggi preferiu fazer o mesmo em relação ao clamor de alguns políticos e madeireiros do Nortão, que protestam contra a Operação Arco de Fogo, deflagrada em solo mato-grossense há 17 dias. O Estado está sob intervenção federal em sua gestão ambiental. A decisão partiu do presidente Lula, na tentativa de combater a extração e venda clandestina de madeira na Amazônia Legal. Dos 36 municípios que mais desmatam na região, 19 são de MT.

Com base em Sinop e Alta Floresta, agentes da Polícia Federal, da Força Nacional de Segurança e fiscais do Ibama fiscalizam madeireiras. A ordem é fechar o cerco contra as atividades de extração, comercialização e industrialização de madeira, e também, de quebra, coibir licenciamentos ambientais das áreas que integram a Amazônia Legal.

Agentes públicos da região, como prefeitos e alguns deputados defendem que Maggi, enquanto governador, deveria intervir junto ao presidente Lula, de quem é aliado, no sentido de bloquear a operação. Entendem que está havendo exagero. O governador, por sua vez, lavou as mãos. Saiu em defesa dos madeireiros, criticou a forma como a Arco de Fogo vem sendo realizada, mas não deu um telefonema para Lula no sentido de reclamar da medida, adotada com base no Decreto 6.321, assinado pelo próprio presidente conjuntamente com a ministra Marina Silva (Meio Ambiente).

O governo estadual insiste na tese de que os números do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) estão equivocados e que MT não desmatou tanto em 2007 como figura nas estatísticas do órgão federal. Enquanto isso, o clima no Norte do Estado continua sob tensão. Na Assembléia, a "bancada madeireira", composta por deputados como José Riva (PP), Pedro Satélite (PPS), Dilceu Dal Bosco (DEM), Juarez Costa (PMDB) e Ademir Brunetto (PT), se revezam nas sessões para defender o setor, cobrar providências do Estado e atacar o governo do presidente Lula. Para não se indispôr com o setor, ninguém se arrisca a declarar apoio à decisão de combater crimes ambientais.




Fonte: RD News

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