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Meio Ambiente
Segunda - 28 de Janeiro de 2008 às 08:42

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O governador Blairo Maggi garante: os números divulgados sobre o índice de desmatamento em Mato Grosso “não são verdadeiros”. A base da afirmação seria o trabalho dos técnicos da Secretaria do Meio Ambiente, que vem promovendo um arrocho nos últimos anos. “O INPE está mentindo a serviço de alguém” – acusa o governador. “Queremos saber a serviço de quem”. Dos 3.233 km² de derrubada detectados pelo Sistema de Desmatamento em Tempo Real (Deter) entre agosto e dezembro, 1.786 km² seriam no Estado – fato que acabou fazendo com que a ministra Marina Silva, de Meio Ambiente, responsabilizasse o governador.

Maggi diz que os números do INPE foram recebidos com surpresa pelo Governo. Ele disse que apresentou a ministra Marina Silva que os números que apresentaram a ela não têm consistência. “Sobre os números de outubro a dezembro, ainda não posso dizer quanto é verdadeiro. Mas, dos números de abril a setembro do Deter, verificamos mais ou menos 300 pontos. Já temos os laudos de 113. Desses, em 91 (80,53%), o desmatamento não existiu ou é antigo”.

O governador calculou que dentro de 20 a 30 dias terá o restante dos dados para colocar fim à polêmica. “Acho muita irresponsabilidade da parte do Inpe lançar para o mundo os números sem checar na realidade de campo o que está acontecendo” – atacou, em entrevista concedida ao jornal “O Estado de São Paulo”, publicada no final de semana. Maggi chega a mencionar a palavra “má fé” por causa dos números do INPE.

A princípio, parece-me que ficou surpresa. Junto com os técnicos da nossa secretaria, também havia pessoal do Ibama. Em todos os pontos em que notamos erros, foi feito um laudo e assinaram o pessoal do Ibama, nossos técnicos e os policiais militares que fazem parte das equipes. Tenho tudo documentado. A mim cabe perguntar se os números de setembro a dezembro também não são errados, mal interpretados, até por má-fé.

Dando crédito aos técnicos da Secretaria de Meio Ambiente, Maggi diz que as informações dos satélites podem ser usadas de várias maneiras. Ele citou como exemplo áreas de várzea na região do Araguaia onde não existe floresta. “Se tem um incêndio e o satélite detecta, interpretam como se fosse queimada de derrubada (de floresta). Em áreas de formação rochosa, também o satélite passa e dá uma característica de queimada. Quando você pega os polígonos que estão no site do Deter, vê que muitos pontos são irregulares” - salientou. “Quando se faz desmate para pecuária ou agricultura, todo mundo procura fazer algo retangular para poder trabalhar dentro dessas áreas. Grandes áreas de incêndio dentro da floresta eles julgam como se fosse desmatamento”.

Meio que adepto a teoria da conspiração, Maggi lembrou que a ministra Marina saiu do Brasil e defendeu posições de que o Brasil está reduzindo o desmatamento. “Aí, chega e lança um número desses, sem nenhum critério, sem nada, vira no que virou. No mundo inteiro estão botando a boca, dizendo que o Brasil é irresponsável. Irresponsável é quem bota os dados sem checar no campo” – criticou, ao reafirmar sua condição de “parceiro da ministra” e “do Governo” Lula. “Tenho feito grande trabalho para reduzir o desmatamento em Mato Grosso. Os setores produtivos do Estado têm criado fundos para devolver as áreas de preservação permanente, assumindo o compromisso de fazer tudo correto” – assinalou.





Fonte: 24 Horas News

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