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Nacional
Sábado - 22 de Dezembro de 2007 às 15:10
Por: Carolina Iskandarian

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste sábado (22) que os senadores que votaram contra e a favor da prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) “sabem que é preciso encontrar uma fórmula para colocar o dinheiro que estava previsto para a saúde”.

O presidente disse que o Congresso e o governo deverão encontrar uma "solução" para repor a arrecadação da CPMF, estimada em R$ 40 bilhões. “Isso vai se dar com conversa, com política de convencimento.”

Lula deu as declarações durante uma festa de confraternização do Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), na capital paulista. O presidente falou que precisa negociar com os senadores e comparou ainda a conjuntura atual a outros momentos da história brasileira.

“Cada senador vale um voto, seja ele da oposição ou da situação. Nós precisamos trabalhar entendendo que democracia é assim. Obviamente, o Brasil teve momentos mais fáceis em que o Congresso não apitava nada porque estava fechado. E nós queremos que o Congresso seja o mais livre possível e o mais autônomo possível. E isso acontece.”

Segundo o presidente, o governo terá que conter despesas. Lula, no entanto, foi enfático ao dizer que “não haverá um centavo de corte na política social do governo e do PAC”.

"Obviamente vamos fazer ajustes no orçamento, e dentro do ajuste vamos fazer contenção de despesas (...), mas essa decisão (dos cortes) não tem que ser tomada rapidamente. Precisamos sentar e conversar. Estou tranqüilo que nós vamos encontrar uma solução. Vamos decidir a partir de janeiro”, disse.

Lula afirmou que viu com “naturalidade” o veto do Senado à prorrogação da CPMF. “Nem eu fiquei nervoso, nem fui derrotado. Não fui eu quem criou a CPMF. Temos que encarar isso como uma prática democrática”, disse.

Confraternização

Lula chegou por volta das 10h30 deste sábado à Casa de Oração do Povo da Rua, no bairro da Luz, Centro de São Paulo, para a festa de confraternização dos catadores. Esta é a quinta visita consecutiva do presidente ao evento de fim de ano. A festa é comandada pelo Padre Júlio Lancelotti, coordenador da casa.

Bem-humorado, o presidente brincou com os trabalhadores da cooperativa. Ele visitou o galpão onde eles trabalham e empurrou um carrinho motorizado com capacidade para carregar até 300 kg de material. O modelo usado hoje pelos catadores suporta apenas metade desse peso.

O encontro de Lula com os catadores de papel durou aproximadamente duas horas. Em discurso de 25 minutos, o presidente elogiou a organização dos trabalhadores em cooperativas.

“Eu nunca fui catador de papel, mas já catei muita coisa pra vender na rua. Não tinha pedaço de ferro, pedaço de cobre, ou bacia de alumínio que eu não catasse para vender. Era um jeito de eu conseguir um “dinheirinho” para o cinema”, disse sob aplausos e risos.

Ele criticou as pessoas que, segundo ele, têm estudo, mas jogam o lixo no chão. “Quem joga o lixo na rua pensa que é melhor do que vocês, não faz a reciclagem, nem coleta seletiva. Se não houvesse o ‘sujismundo’, não haveria os catadores”. E acrescentou: “quero que vocês tenham as oportunidades que eu não tive”.

No ano que vem, o governo pretende investir R$ 21 milhões em recursos vindos do BNDES nas cooperativas de catadores de materiais recicláveis. O MNCR possui 35 mil catadores cadastrados no país, em 330 cooperativas.





Fonte: G1

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