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Nacional
Quarta - 19 de Dezembro de 2007 às 03:38
Por: Christiane Samarco

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A cúpula do PMDB na Câmara e no Senado quer se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda hoje para discutir a "integração definitiva" do partido no governo. A direção partidária vai cobrar uma definição da cota real de poder da legenda, especialmente no que se refere ao comando do Ministério das Minas e Energia e a postos de direção em estatais do setor elétrico. Nos bastidores do partido, a razão da maior queixa dos dirigentes nacionais é a "interinidade perene" do PT da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, nas Minas e Energia.

Os peemedebistas dizem que, na prática, é ela quem está à frente do ministério há sete meses, com a demissão do ex-ministro Silas Rondeau (PMDB). Acusam Dilma de "empacar" a indicação de um peemedebista para o posto de ministro e, conseqüentemente, outras nomeações de interesse do partido na Eletrobrás, Eletronorte e outras empresas do setor, desde que um interino indicado por ela assumiu o ministério. Neste quadro, um dirigente do PMDB adverte que a insatisfação com o governo é crescente, por conta destas promessas de cargos não cumpridas, e diz que a situação ameaça a tranqüilidade do Planalto no Senado.

A expectativa da bancada de senadores, que deu 17 de seus 20 votos em favor da prorrogação da CPMF, é virar o ano com um representante seu na cadeira de ministro das Minas e Energia. É de conhecimento geral no partido que cabe ao senador José Sarney (PMDB-AP) a indicação do sucessor de Rondeau e não há discordâncias quanto a este quesito. Por isto mesmo, o único cotado para o posto até agora é o senador Edison Lobão (PMDB-MA).

Mas Sarney e sua filha Roseana, líder do governo no Congresso, têm feito questão de manter diálogo permanente com o presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP). Em todos os contatos, os dois deixam claro o desejo de que a indicação do novo ministro seja partidária e não apenas do grupo Sarney.

A direção peemedebista aguarda um chamado do Planalto desde que o próprio Lula confirmou a Roseana, há cerca de um mês, que a indicação do ministro será do PMDB. Mas diante do risco iminente de o Planalto adiar mais uma vez a nomeação, o dirigente peemedebista adianta que o líder do partido no Senado, Valdir Raupp (RO), deve aproveitar a conversa com o presidente da República para fazer um alerta. O líder dirá ao presidente Lula que está mais difícil a cada dia conter a insatisfação da bancada e que, mantido o cenário atual em 2008, isto será tarefa impossível.

As avaliações internas apontam que, no início do semestre, o grupo dos insatisfeitos girava em torno de 30% da bancada do Senado. Agora, no entanto, pelo menos 12 dos 20 senadores do partido têm pendências com o governo e queixas por maus tratos ou simples desdém. Isto, sem falar do trio do PMDB do Senado que votou contra a CPMF - Jarbas Vasconcelos (PE), Mão Santa (PI) e Geraldo Mesquita (AC) - já contabilizado como oposição ao governo.





Fonte: Estadão

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