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Nacional
Segunda - 10 de Dezembro de 2007 às 23:59

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Palhaço: (sentido figurado) pessoa que só diz tolices ou faz papel de ridículo; pessoa sem importância.

Se dependesse dos artistas que trabalham como palhaços, o verbete acima seria retirado do dicionário. O uso da imagem do palhaço para representar políticos corruptos ou enfeitar rostos mal-humorados em passeatas tem incomodado a classe artística, que não quer mais ver os narizes de palhaço banalizados.

Foi esse descontentamento que levou o Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos e Diversões do Estado do Rio de Janeiro (Sated/RJ), a organizar, na tarde desta segunda-feira, 10 de dezembro, dia nacional do palhaço, um protesto bem-humorado em frente a Câmara dos Vereadores do Rio, no Centro do Rio.

"Palhaço não se faz de bobo, também não gosta que o façam; palhaço não é sinônimo de oportunista. Palhaço é profissional do riso”

Enquanto ocorriam nas escadarias da Câmara números de mágicos, de ventríloquos, malabaristas e, é claro, de palhaços, os cerca de 30 artistas que participaram do evento distribuíram narizes vermelhos aos transeuntes que eram aconselhados a “não usar o nariz em vão”.

Junto à lembrança também foram entregues aos pedestres panfletos com mensagens de protesto. “Palhaço não se faz de bobo, também não gosta que o façam; palhaço não é sinônimo de oportunista. Palhaço é profissional do riso”, estava escrito no papel.

Recuperar imagem

Segundo a diretora circense do Sindicato dos Artistas, Ana Lamenha, o evento teve a intenção de recuperar a imagem tradicional do palhaço, associada à alegria. “Nas reuniões do sindicato, muitos artistas de circo se queixam do uso da figura do palhaço associada à corrupção. Em função desse desconforto, resolvemos fazer esse evento no dia nacional do palhaço para censurar o uso pejorativo e depreciativo da palavra, que representa uma profissão regulamentada por lei”, explica Lamenha.

A diretora fez elogios às declarações do presidente Lula, que censurou o uso de narizes de palhaço em protesto durante a inauguração de uma unidade do Centro de Educação Tecnológica (Cefet), em Campos dos Goytacazes, em agosto desse ano de 2007.

“Esse pessoal é tão jovem e tão desprovido de consciência política que vem protestar com nariz de palhaço, quando o palhaço é uma coisa alegre. Eles precisam encontrar outra coisa para protestar porque daqui a pouco vai haver um movimento dos palhaços, que são a alegria de milhões de crianças, contra o comportamento dessa gente”, disse o presidente na ocasião, provavelmente sem saber que antevia o futuro.

O ator, palhaço e diretor artístico Éverton Mesquita, presente ao evento, lembrou que os artistas que encarnam palhaços fomentam o comércio varejista de maquiagens e fantasias.

“A palavra palhaço é usada de forma pejorativa, como xingamento. Isso tem de acabar. Nós representamos um mercado profissional, trabalhamos em festas, circos, peças e exigimos ser lembrados com dignidade”, afirmou ele, empunhando sua carteira profissional, que traz discriminada sua atividade de palhaço.

Edilma Silva, profissional liberal que passava pelo local, disse que entendeu o protesto. “Gostei muito do que eles disseram. A profissão de palhaço deve ser respeitada e admirada. O que eles fazem é sensacional, me diverti muito aqui hoje”, disse ela.




Fonte: G1

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