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Esportes
Quinta - 06 de Dezembro de 2007 às 12:31

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O procurador-geral do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, Paulo Schmitt, disse ontem que Romário, flagrado em exame para finasterida, será denunciado por doping. O julgamento deve ser no dia 18.

Schmitt afirmou esperar que o prestígio de Romário não influencie os juízes do tribunal. Para o médico Eduardo de Rose, responsável pelo antidoping no Pan, "o julgamento não deve ter paixão, deve ser só técnico."

Ontem, o atacante foi suspenso preventivamente. "Vamos denunciar pelo artigo 244, por comprovação de doping. Espero que a fama dele não influencie o julgamento", disse.

Segundo o procurador do STJD, "o caso deve ser avaliado independentemente do personagem, embora ele mereça todo o respeito pela importância histórica no futebol. A história pregressa é condição atenuante ou agravante para a pena, não para a absolvição", explicou.

O procurador comparou o caso ao de Marcão, do Internacional, condenado também por finasterida a pena de 120 dias, depois reduzida para 60. Marcão, porém, leva vantagem.

Segundo Schmitt, as planilhas de exames de dopagem apresentadas pela defesa de Marcão mostraram que ele avisava --e nunca fora advertido-- aos controladores de doping sobre o uso da droga, também presente no tônico capilar Propecia, que Romário disse usar.

A planilha do exame do atacante não informa isso --o que é um ponto negativo para Romário--, segundo nota do Vasco, distribuída na terça-feira.

O documento afirma que "no ato do seu exame, os médicos do controle de dopagem tiveram ciência, por ele, Romário, da utilização daquele produto, ocasião em que o médico do clube solicitou que fosse inserida tal informação no relatório do exame, o que não ocorreu, por iniciativa dos responsáveis pela coleta do material".

Há no pleno do STJD duas correntes com respeito a doping: a minoritária, da responsabilidade objetiva (se o exame deu doping, deve ser punido) e outra, majoritária, pela culpabilidade (que avalia as circunstâncias). Os julgamentos variam em função da presença de juízes das correntes no dia.

De Rose, diz que, tecnicamente, "não se pode discutir intenção do atleta", mas a atuação de Romário não é a de um dopado. "Provavelmente não é intencional. Romário não é um cara que corre como um louco. Se provar que não foi intencional, pode ter redução de pena."

O médico diz que o STJD tem se transformado. "O tribunal do futebol era passional, mas vem caminhando para ser um julgamento mais técnico."





Fonte: Folha Online

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