Governo diz que paralisação de policiais civis é ilegal e deve punir servidores

O governo estadual, através da Procuradoria-geral, deve entrar ainda hoje com recursos contra a paralisação dos investigadores e agentes da Polícia Civil, segundo informaram o secretário de Administração, Geraldo De Vitto, e o próprio governador Blairo Maggi (PR), por telefone para o Olhar Direto. A intenção é mostrar a ilegalidade do ato e que a greve é, de fato, abusiva.

Hoje, o procurador geral do Estado, João Virgilio Sobrinho, se reúne com a diretoria da Polícia Civil para apurar a proporção da paralisação. O governo quer saber quantos servidores estão parados para aplicar as punições que forem necessárias. “O Estado tem adotado a teoria que o servidor não pode parar quando está recebendo salário em dia e reajuste anual e isso o governo tem cumprido”, disse o procurador.

Segundo ele, o Estado entende que a greve é ilegal e por isso, em reunião ontem com o secretário De Vitto, ficou definido que os servidores terão corte de ponto e serão responsabilizados por todos os prejuízos causados, tanto pela falta de atendimento à população quanto pelo uso indevido de bens públicos na manifestação da Polícia Civil.

Na tarde de terça, agentes e investigadores utilizaram viaturas para interditar as ruas em frente à sede da Polícia Civil e até mesmo em frente ao Palácio Paiaguás e nas proximidades da residência do governador Blairo Maggi. O abuso deve ser apurado pela Corregedoria da Polícia Civil.

“Se a greve ultrapassar 30 dias, será considerado abandono de função e isso implicará em não recebimento de salário. Não é o Estado que perde, é a sociedade que fica sem serviços públicos e ela não pode pagar esse preço”, criticou o procurador.

A principal reivindicação da categoria é o projeto de reestruturação e adequação de carreiras de nível médio para nível superior. Isso implicaria em aumento do piso salarial atual de R$ 1.370 para R$ 2.333. No início da tarde de ontem, eles se reuniram com o secretário De Vitto para discutir o assunto, uma vez que eles estavam desde o final de semana trabalhando em ritmo de tartaruga.