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Nacional
Quarta - 28 de Novembro de 2007 às 21:12

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O chefe da Polícia Civil do Pará, delegado Raimundo Benassuly Maués Junior, colocou o cargo à disposição da governadora Ana Júlia Carepa, depois ter declarado ontem, durante audiência na Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal, que a menor L., de 15 anos, presa por 24 dias na mesma cela com 20 homens, seria portadora de "debilidade mental". Ana Júlia anunciou no final da tarde que o cargo será ocupado interinamente pelo delegado Justiniano Alves Junior.

O delegado Benassuly também deve enfrentar a acusação de assédio sexual contra uma ex-delegada, Clívia Santa da Silva, que deixou a polícia em abril passado. Ela denunciou suposto assédio à presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Pará, Ângela Sales, que prometeu tomar providências contra o delegado. "Fui perseguida e difamada por outros policiais", disse Clívia aos prantos. Benassuly não foi localizado para responder à acusação da ex-colega. Seus telefones permaneceram desligados e ele não compareceu à sede da Polícia Civil.

Sem prestar declarações à imprensa, no Palácio dos Despachos, sede do governo paraense, Ana Júlia também anunciou que a delegacia de Abaetetuba será demolida imediatamente para no lugar ser construído um centro de triagem, com espaço físico para receber, "em condições adequadas", presos dos sexos masculino e feminino. A governadora destacou ter aceitado o pedido de demissão do delegado por considerar "insustentável" a permanência dele no cargo após a declaração feita no Senado. Ela agradeceu a Benassuly, que ficou à frente da Polícia Civil por quase 12 meses, "prestando serviços com ética e dedicação".

Palavras

"Sei que não soube usar as palavras certas para expressar minha preocupação e indignação quanto ao estado de saúde, no presente e no futuro, da menor, que foi destituída de todos os seus direitos como ser humano em uma carceragem da cidade de Abaetetuba", disse Benassuly na carta lacônica lida pela governadora. Ele argumenta que preferiu tomar a atitude para que não paire sobre o governo "qualquer palavra de dúvida" de seu compromisso com o povo do Pará.

Ana Júlia também informou que o Centro de Recuperação Feminino de Ananindeua será reformado e ampliado. Será construído um berçário para as presas que tiverem de cuidar e amamentar filhos recém-nascidos. "Vamos crescer em mais de 100% as vagas femininas no sistema penitenciário", disse a governadora, anunciando a reforma de cinco delegacias e a construção de seis outras, todas com espaço adequado para mulheres. Também abrirá concurso para a contratação de 1.800 policiais militares e convocará delegados, investigadores e papiloscopistas aprovados no último concurso da Polícia Civil.




Fonte: AE

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