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Meio Ambiente
Terça - 27 de Novembro de 2007 às 13:53

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Secas, enchentes e outras catástrofes ambientais provocarão fome entre crianças e as privarão de escolas decentes a não ser que os países ricos ofereçam US$ 86 bilhões em ajuda até 2015 para o combate ao aquecimento global, advertiu hoje um painel da Organização das Nações Unidas (ONU). O governo dos Estados Unidos precisa arcar com US$ 40 bilhões do total, o que "aumentará a capacidade das pessoas vulneráveis" enfrentarem mudanças climáticas, informa um relatório de quase 400 páginas comissionado pelo Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas. O Relatório de Desenvolvimento Humano vem à tona apenas uma semana antes de líderes mundiais se reunirem na Indonésia para negociar um tratado ambiental para substituir o Protocolo de Kyoto, que expira em 2012.

O documento prevê que a quantia é necessária para estabilizar as emissões de dióxido de carbono e outros gases causadores do efeito estufa até 2015, e a partir de então provocar uma queda. Sem esse dinheiro, prevê o painel, um mundo mais quente "pode paralisar (o crescimento) e então reverter o desenvolvimento humano" nos países onde atualmente 2,6 bilhões de pessoas vivem com o equivalente a menos de US$ 2 por dia. Segundo o documento, em geral, os países desenvolvidos não estão conseguindo cumprir as metas de redução da emissão de poluentes estabelecidas pelo Protocolo de Kyoto, assinado em 1997.

França, Alemanha, Japão e Grã-Bretanha conseguiram reduzir suas emissões de forma considerável, mas a União Européia (UE) não está perto de atingir a meta de 20% de redução até 2020. Os EUA não assinaram o protocolo e não se comprometeram com suas metas. "Ainda é cedo para afirmar que os países industrializados não vão cumprir a meta", argumentou Annie Petsonk, uma advogada da organização não-governamental (ONG) Defesa Ambiental. "As metas apenas têm efeito para os anos de 2008 a 2012. Os países estão se preparando para isso", defendeu.

Crédito de Carbono

De acordo com Petsonk, os mercados de crédito de carbono dos países desenvolvidos têm potencial para atrair grande fluxo de capitais privados, o que ajudaria a levantar grande parte do dinheiro considerado necessário pela ONU para ajudar as nações mais pobres a se adaptar ao aquecimento global. Cientistas observaram que a elevação da temperatura média do planeta ao longo dos últimos cem anos traz à tona a perspectiva de um século de temperaturas extremas, elevação do nível do mar, aprofundamento da seca, disseminação de doenças e danos à pesca, às florestas e à agricultura.

De acordo com o estudo, entre as potenciais conseqüências do aquecimento global estão mais mulheres e crianças precisando caminhar distâncias ainda maiores para encontrar água no Chifre da África, mais pessoas erigindo palafitas no delta do Rio Ganges e mais gente plantando em áreas de mangue para se protegerem de cheias no delta do Mekong. "Esses impactos não são percebidos pelos mercados financeiros e não são usados na medição do produto interno bruto (PIB)" dos países, "mas a exposição cada vez maior à seca, a tempestades mais intensas, a enchentes e a sobrecarga ambiental retardam os esforços dos pobres do mundo para proporcionar uma vida melhor para seus filhos", declaram os autores do estudo.

'Culpados'

O painel defende que os EUA e outros países desenvolvidos responsáveis pela liberação de gases causadores do efeito estufa arquem com os custos. "Sugerimos uma quantia que representa 1,6% do PIB global, o que é praticável", declarou Olav Kjorven, diretor de política de desenvolvimento do programa da ONU responsável pelo estudo. "Os países do mundo considerados os principais culpados, se assim se preferir, pela criação desse problema são os que primeiro devem agir com vigor para preservar o futuro daquelas que nada fizeram para causar isso, mas que são os mais vulneráveis", concluiu.





Fonte: AE-AP

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