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Meio Ambiente
Terça - 27 de Novembro de 2007 às 11:46
Por: Carolina Jardon

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O Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) 2007-2008, divulgado nesta terça-feira (27) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), órgão da ONU (Organização das Nações Unidas), revela que os efeitos das alterações climáticas na América Latina e Caribe poderão paralisar ou retroceder o desenvolvimento da região. Isso se deve às fortes relações existentes entre a luta contra a pobreza e as iniciativas contra o impacto das mudanças climáticas.

Os dados utilizados pela pesquisa são de 2005. O relatório deste ano leva o título "Combater as alterações climáticas: solidariedade humana num mundo dividido".

Segundo o relatório, os mais pobres serão os mais afetados e os que terão menos recursos para enfrentar os impactos climáticos previstos. Tal situação torna-se evidente quando se compara a situação dessas famílias com outras de rendimento elevado, que dispõem de mecanismos de proteção, como seguro, poupança e acesso a empréstimos.

O documento alerta que, durante o século 21, ou um pouco depois disso, as temperaturas globais médias podem aumentar em 5ºC. Para resistir a esta situação, no futuro, será necessário um elevado nível de liderança e uma cooperação internacional intensa, principalmente no que se refere aos países desenvolvidos.

Para evitar alterações climáticas perigosas, segundo o relatório, será necessário que as nações mais ricas reduzam as suas emissões de gás carbônico em pelo menos 80% até 2050, com reduções de 30% em 2020. Países em vias de desenvolvimento deverão reduzir as emissões em 20% em 2050.

Compromisso do Brasil

O Brasil, atualmente, ocupa o 16º lugar no ranking dos principais emissores de gás carbônico. Os dois primeiros lugares são ocupados por Estados Unidos e China.

De acordo com o RDH, o compromisso do governo do Brasil, juntamente com uma participação da sociedade civil, foi importante para possibilitar o início do desenvolvimento de um plano integrado, que começou em 2004, para prevenir o desmatamento e assim colaborar na minimização das alterações climáticas. Os dados preliminares para 2005 e 2006 sugerem que a taxa de desmatamento no Mato Grosso, por exemplo, diminuiu cerca de 40%.

O relatório recomenda que os países mais pobres incluam a adaptação às alterações climáticas nas suas estratégias de redução da pobreza, uma vez que os ciclos de carbono não seguem os ciclos políticos, sendo necessária uma visão a médio e longo prazo.

Outra recomendação feita pelo RDH é o fortalecimento dos programas de investimento social para que os países se adaptem às alterações climáticas. Bons exemplos, segundo o relatório, são os programas de transferências monetárias, incluindo o brasileiro Bolsa Família, que abrange 46 milhões de pessoas, e o Red de Protección Social, da Nicarágua, com resultados significativos perante a recessão dos preços do café. O relatório destaca ainda os programas de apoio para manter as crianças nas escolas, tais como o Progresa no México e o Programa de Asignación Familiar em Honduras.

Retrocesso

De acordo com o RDH, o retrocesso no desenvolvimento humano da América Latina e Caribe terá efeitos sobre cinco áreas na região. São elas:

Produção agrícola e segurança alimentar

Desastres climáticos já estão afetando as temperaturas e a disponibilidade de água para a agricultura, em particular em áreas vulneráveis. Na América Latina, podem se esperar perdas significativas na produtividade agrícola. A redução terá efeitos negativos diretos no combate à pobreza.

Escassez de água

América Latina e Caribe vão enfrentar sérias ameaças nos recursos de água, devido ao colapso dos glaciais tropicais, especialmente na região Andina. Os glaciais estão derretendo no Peru e na Bolívia em ritmo acelerado.

Aumento dos níveis do mar e exposição a riscos climáticos Existem evidências de que as alterações climáticas implicarão tempestades tropicais mais fortes, pois os oceanos, com temperaturas da água mais elevadas, originam ciclones que levam ao aumento dos níveis do mar.

Declínio da saúde

Pesquisas indicam que a saúde não está imune aos impactos provocados pelas alterações climáticas. O reaparecimento da dengue é uma preocupação crescente, especialmente em regiões como a Ásia e a América Latina.

Colapso de ecossistemas

Em 2005, parte oriental do Caribe sofreu um dos piores episódios de branqueamento de corais. O colapso dos corais poderá representar uma catástrofe para o desenvolvimento humano em diversos episódios.





Fonte: G1

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