Secretário reage e diz que Muniz faz politicagem

O secretário de Estado de Infra-Estrutura, Vilceu Marchetti, disse nesta terça, durante do IV Encontro das Associações de Consórcios Rodoviários, que o deputado Percival Muniz (PPS) "está fazendo politicagem" e busca holofotes para se promover quando coloca em xeque o andamento as chamadas PPPs caipiras. Segundo ele, os consórcios não estão inadimplentes, como afirmou o parlamentar. A parceria entre o governo e a iniciativa privada para construção de rodovias vai prosseguir e, de acordo com Marchetti, não há risco do Estado ficar com ônus por eventual gastos dos consórcios.

Vilceu Marchetti, que se desfiliou do DEM para incorporar de vez a turma da botina, grupo do governador Maggi, afirmou que Muniz tenta se promover politicamente em cima de um assunto com argumentos inconsistentes. Diz que o ex-prefeito de Rondonópolis tem posição dúbia porque antes era aliado da administração, inclusive tinha a esposa Ana Carla Muniz como secretária de Educação. Agora, observa Marchetti, "fica malhando o governo". "Não existe inadimplência dos consórcios. Só tivemos um problema e já foi sanado".

Contraponto

Percival Muniz sustenta a tese de que os 34 consórcios rodoviários estão inadimplentes e, como não quitam as parcelas, o ônus fica com o Estado, que acaba destinando toda a arrecadação do Fundo Estado de Transporte e Habitação (Fethab) para cobrir o rombo, com exceção das casas populares.

O deputado defende uma audiência pública para debater o assunto. Na sua avaliação, o governo não pode se sujeitar às regras de alguns empresários e produtores rurais que, dentro dos consórcios, defiram trechos a serem asfaltados -alguns desviados para proximidades de suas fazendas -, agora postergam pagamento do custo da obra, obrigando o Estado a arcar com toda a dívida. "Esses consórcios precisam ser revistos. O governo cometeu erro estratégico. O resultado é a inadimplência. Além do mais, essa parceria só beneficiou uma pequena região em detrimento das demais", cutuca Muniz.