Feijão alcança o maior preço em 15 anos devido à seca
A saca de 60 quilos de feijão de boa qualidade era vendida por R$ 160 na sexta-feira da semana passada nas áreas de produção do sudoeste paulista, que responde por 80% da produção estadual. É o maior preço histórico já alcançado pelo produto nos últimos 15 anos, segundo o engenheiro agrônomo Vandir Daniel da Silva, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado em Itapeva. A alta de preço apenas na primeira semana de novembro quase atingiu a valorização que o produto teve durante todo o mês de outubro, quando o feijão acumulou aumento de 35,5%, passando de R$ 91,16 a saca para R$ 123,52, segundo pesquisa do Instituto de Economia Agrícola (IEA).
Para Vandir, a valorização decorre da escassez do produto, cuja produção foi prejudicada pela longa estiagem que afetou o Estado. Aqueles que haviam arriscado o plantio de sequeiro na expectativa das chuvas, perderam a semente e o preparo do solo. Na região, maior produtora do Estado, a área de plantio caiu 50%. Nos supermercados, o preço do feijão novo para o consumidor já chega a R$ 4 o quilo.
A valorização do produto, no entanto, tem pouco efeito sobre a renda dos agricultores em geral. É que apenas aqueles que investiram em sistemas de irrigação conseguiram bom resultado na colheita. Em compensação, arcaram com um custo maior de produção.
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