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Politica Brasil
Segunda - 05 de Novembro de 2007 às 18:39

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BRASÍLIA - O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), subiu à tribuna nesta segunda-feira, 5, para dizer que não é intenção do governo propor uma nova reeleição para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.O líder esteve nesta tarde com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e conversou por telefone com os três senadores do PSDB para informar que o governo já fechou sua proposta de acordo pela prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Segundo Jucá, seria "devaneio" discutir a questão da reeleição agora.

"Isto é impensável, inexeqüível que se queira mudar a Constituição para permitir o terceiro mandado. Isto não procede. Não é intenção do presidente Lula de buscar alguma mudança constitucional", afirmou.

O discurso do líder teve como objetivo desvincular as especulações sobre um terceiro mandato com a negociação para a prorrogação da CPMF. Senadores do PSDB, que vão se encontrar na terça-feira com o ministro, têm feito declarações contundentes contra a defesa da possibilidade do terceiro mandato apresentada por aliados de Lula na Câmara.

A afirmação de Jucá em plena segunda-feira, com a Casa praticamente vazia, foi vista como um aceno do Planalto para a oposição nas vésperas de fechar um acordo para a aprovação da CPMF no Senado. "Sem nenhuma intenção de criar qualquer tipo de celeuma ou polêmica, quero marcar com muita clareza a posição do Governo sobre as questões que estão sendo discutidas recentemente, que dizem respeito à possibilidade de um terceiro mandato ou de um mandato indefinido para o presidente Lula ou qualquer Presidente da República", abriu Jucá seu discurso.

A polêmica em torno do terceiro mandato foi um dos assuntos do dia ontem, a exemplo do que ocorreu na semana passada. Assim como Jucá, outros integrantes da base do governo se apressaram ontem em repetir que Lula "não compactua" com a idéia de renovar, mais uma vez, seu mandato como presidente da República.

Os petistas Paulo Paim (RS), João Pedro (AM) e Sibá Machado (AC) também utilizaram a tribuna do Senado para afirmar que não acreditam que o presidente cogite o assunto. "Todos sabem que sou candidato à reeleição ao Senado Federal. É claro que se o Lula fosse candidato mais uma vez isso alavancaria a minha candidatura, mas eu prefiro não voltar ao Senado Federal, em nome da democracia, em nome daquilo que sempre defendi, ao longo da minha vida, a entrar numa aventura dessas", discursou Paim.

"Sinceramente, não acredito que o Presidente Lula esteja compactuando com isso. Para mim, seria algo da maior gravidade", prosseguiu o senador gaúcho.

Siba também seguiu a mesma linha e disse que um terceiro mandato "é completamente descabido". "Não podemos brincar com isso", afirmou o petista. Por fim, o senador João Pedro ressaltou o "comportamento de estadista" de Lula e disse que só se o presidente tivesse "sua vida pública pautada pelo oportunismo, ele aceitaria esse terceiro mandato".

PSDB endurece

O presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC), reconheceu nesta segunda-feira que o governo federal terá "um pouco mais de dificuldade" no processo de negociação com o PSDB para aprovar a prorrogação até 2011 da CPMF. Segundo ele, isso se deve "ao endurecimento" da bancada tucana na Câmara e do Diretório Nacional, que não querem o acordo. Para Viana, os interlocutores do governo terão que ter "paciência e um trabalho intenso para construir o resultado no Senado.

Proposta fechada

O governo fechou nesta segunda-feira a proposta que será apresentada ao PSDB em troca de apoio a aprovação da prorrogação da CPMF, segundo a rádio CBN. Na última quarta-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, apresentou oito propostas ao partido, como o aumento dos recursos para a área de saúde em R$ 23 bilhões em quatro anos; sendo R$ 4 bilhões já em 2008 e a isenção de pagar o tributo da população que ganha acima de R$ 1.640,00 .

O PSDB vai analisar as propostas apresentadas pelo governo nesta terça-feira, em reunião marcada pela Executiva do partido, às 19 horas, na tentativa de aprovar a prorrogação da CPMF. Antes, estão previstas reuniões das bancadas de senadores e de deputados.





Fonte: Estadão

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