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Quinta - 01 de Novembro de 2007 às 09:28
Por: Jonas Jozino

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Não é apenas a falta de cabines de transmissão para imprensa e de locais para estacionamento no entorno do estádio Governador José Fragelli, o Verdão, que pode tirar Cuiabá da Copa do Mundo de 2014. Outro fator, mais grave preocupa a Fifa e os torcedores estrangeiros: a violência que aumenta a cada ano na capital mato-grossense. E esta violência consegue maior do que na África do Sul, sede da Copa de 2010.

Segundo o Mapa da Violência elaborado pela Organização dos Estados Americanos para a Educação, Ciência e Cultura, Cuiabá é a quinta mais violenta entre as cidades que pleiteiam o direito de sediar a Copa. De cada 100 mil habitantes 49 pessoas foram assassinadas em média no período de abril de 2004 a março de 2005. Este número aumentou muito mais de lá para cá. Só um mês deste ano, 45 pessoas foram assassinadas. A pesquisa aponta que a média de Cuiabá é maior do que de toda a África do Sul onde são assassinadas 40 pessoas para cada 100 mil habitantes.

Na última terça-feira, quando da confirmação do Brasil como sede da Copa de 2014 uma pergunta sobre violência no Brasil irritou o presidente da CBF. Ricardo Teixeira passou então a citar casos em países ricos. Mas as áreas brasileiras que vão abrigar o Mundial estão muito mais para África do Sul do que Estados Unidos, Canadá ou Europa.

Cuiabá na questão sobre violência perde apenas para Recife (91), Maceió (62), Rio (57), Belo Horizonte (55), Cuiabá (49), mas supera São Paulo (48), Porto Alegre, Rio Branco, Goiânia, Brasília, Curitiba, Campo Grande e Belém ficaram entre 30 e 40 homicídios para cada 100 mil habitantes.

A sede do Mundial de 2010 não tem um descompasso tão gigante entre grandes e pequenas áreas. A Província onde fica Johannesburgo, onde ficarão dois estádios da Copa, teve no ano passado 39,8 assassinatos, uma taxa bem inferior a de Cuiabá onde se matam quase o dobro de pessoas em relação a taxa de assassinatos do Brasil como um todo.

E, pelo menos no caso dos assassinatos, a África do Sul vem evoluindo. Entre abril de 2001 e março de 2002, Johannesburgo teve 948 homicídios. Esse número caiu para 611 no período entre abril do ano passado e março de 2007. Em Soweto, uma área com elevados índices de pobreza, passou de 687 para 474 na mesma época.

No Brasil, segundo o Mapa da Violência, o número de homicídios cresceu de 32.603 pessoas em 1994 para 48.374 dez anos depois. Em algumas cidades, no entanto, os assassinatos vêm caindo --a capital paulista é um exemplo desse movimento.





Fonte: 24 Horas News

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