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Internacional
Segunda - 29 de Outubro de 2007 às 10:02
Por: Marcia Carmo

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Com 96,10% dos votos apurados, Cristina Kirchner já é tecnicamente a nova presidente da argentina. Segundo os resultados oficiais, ela obteve 44,86% dos votos apurados, contra 22,99% de Elisa Carrió, da Coalizão Cívica, a segunda colocada.

Para vencer no primeiro turno das eleições, a candidata da Frente para a Vitória precisa de pelo menos mais de 40% dos votos válidos e de uma vantagem de 10 pontos percentuais em relação ao segundo colocado. Com menos de 4% dos votos ainda para serem contados, Carrió não tem mais como fechar a diferença.

De acordo com a mesma contagem, o ex-ministro da Economia, Roberto Lavagna, do UNA (Uma Nação Avançada), conquistou 16,89% dos votos apurados, enquanto Alberto Rodríguez Saá, o quarto colocado, obteve 7,72%

Apesar de a apuração estar terminando apenas nesta segunda-feira, Cristina Kirchner discursou ainda na noite de domingo como se já tivesse vencido.

"A Argentina votou e nos deu um lugar. E ganhamos amplamente. Talvez com a maior diferença entre a primeira e a segunda força política desde a chegada da democracia. Mas isso não nos coloca num lugar de privilégio, mas de maior responsabilidade com a confiança que nos depositaram os argentinos", disse ela. "Quero aprofundar as mudanças. Por isso, com a mesma responsabilidade que assumimos o país em 2003, peço a participação de todos."

O clima na base de Cristina Kirchner, em um hotel na capital argentina, já era de euforia desde o anúncio das primeiras pesquisas de boca-de-urna. Do lado de fora, seguidores de Cristina e do presidente Néstor Kirchner ergueram bandeiras e cantaram músicas de apoio ao casal presidencial.

Horário estendido

O horário oficial de votação foi estendido em uma hora, mas por causa de problemas de comunicação entre a Câmara Eleitoral Nacional, tribunais de justiça estaduais e o Ministério do Interior, algumas urnas foram fechadas na hora prevista inicialmente, às 18h locais, como na província de Jujuy, norte do país.

"É a primeira vez desde a volta da democracia, em 1983, que o fim da eleição é atrasado em uma hora", informaram as emissoras de televisão América, Canal 5 e Todo Noticias.

No fim do dia, muitos eleitores ainda formavam longas filas para votar. A juíza federal Maria Servini de Cubria disse que muita gente deixou para votar "na última hora", temendo ser convocado para trabalhar como mesário. Muitos dos que foram convocados para ser mesário não compareceram, mesmo sob a ameaça de serem presos como manda o código eleitoral.

Pouco antes do fechamento das urnas, os principais candidatos da oposição entraram com uma reclamação oficial de "fraude" na Câmara Nacional Eleitoral, como informaram Patricia Bullrich, da Coalizão Cívica, e Esteban Bullrich, da frente Recrear-PRO. Eles reclamaram contra a falta de cédulas de suas diferentes chapas em diversos pontos do país.

Sumiço de cédulas

A denúncia foi feita pelos candidatos Elisa Carrió, Roberto Lavagna, Alberto Rodríguez Saá, Ricardo López Murphy, da Recrear-PRO, e Pino Solanas, do Projeto Sul.

"Muitas cédulas foram roubadas, impedindo os direitos dos argentinos. Isso é inédito na Argentina", afirmou Héctor Maya, candidato a vice-presidente de Rodríguez Saá, diante das câmeras de televisão.

Na Argentina, ao entrar na cabine eleitoral, o eleitor encontra diversas pilhas com cédulas dos candidatos de diferentes partidos para votar. Eleitores de diferentes pontos do país, como Buenos Aires e Mendoza, também reclamaram da falta de cédulas de seus candidatos em ligações para as principais emissoras de rádio do país, como Diez, Mitre e America.

O ministro do Interior, Aníbal Fernández, disse que a falta de cédulas não é responsabilidade do governo.





Fonte: de Buenos Aires-BBC Brasil

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