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Polícia Brasil
Segunda - 29 de Outubro de 2007 às 09:50

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As recentes operações de combate a crimes como tráfico de drogas e jogo do bicho acabam revelando também uma face da corrupção policial. Delegados são acusados de favorecer os crimes e até fazer parte de esquemas ilegais.

Na operação mais recente, a Arrego, entre os presos estão dois delegados: Richard Damasceno Lage e Helena Yloise de Miranda. Eles tiveram prisão preventiva decretada. Os delegados vão responder por formação de quadrilha e corrupção passiva, por suposto envolvimento com o grupo de João Arcanjo Ribeiro.

Há um ano, na Operação Overlod, da Polícia Federal (PF), entre 23 presos estavam 4 delegados. A delegada Anaíde de Barros, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), foi acusada de formação de quadrilha e corrupção em um suposto esquema de narcotráfico. O advogado Pedro Verão disse que ela ainda não foi intimada e contesta a operação. "Houve uma precipitação, de mais uma vez, se tornar novelesco determinadas operações.Trata-se de uma autoridade policial com residência fixa, emprego definido, podendo ser localizada a qualquer momento. Administrativamente, se fosse o caso, poderia ser afastada das funções", afirmou o advogado.

Na lista de delegados processados também está Waldeck Duarte Júnior. Ele responde na justiça federal por suposto envolvimento com contrabando de armas vindas do Paraguai. Também foi indiciado por porte ilegal de armas de uso restrito ao Exército. O delegado atualmente dá aulas na Academia de Polícia.

Mato Grosso tem 216 delegados. Ao entrar na profissão eles têm um dos melhores salários em relação a outros Estados. Em início de carreira, o salário bruto atinge R$ 8,5 mil, mas pode chegar a R$ 10,5 mil. É o mesmo salário do governador de Mato Grosso.

Um levantamento da Corregedoria mostrou como está o comportamento desses profissionais. No ano passado, foram abertos 30 procedimentos administrativos, sendo oito processos disciplinares para apurar crimes. Este ano, são 13 procedimentos administrativos, entre eles, dois processos disciplinares. Os crimes mais graves são falsificação de documento público, tortura, corrupção, formação de quadrilha, extorção e peculato.

O Sindicato da categoria contesta a forma das Operações, mas defende o trabalho da Corregedoria. "Nós avaliamos que na Polícia Judiciária possui transparência e por meio dos órgãos consegue, quando preciso, responsabilizar aqueles que erram", disse o presidente do Sindicato dos Delegados, Dirceu Vicente Lino.

Nos últimos dois anos, a única demissão em Mato Grosso foi do delegado Edgard Fróes, acusado de homicídio. Segundo o diretor da Polícia Civil, José Lindomar Costa, da abertura de um processo disciplinar pela Corregedoria a conclusão, demora-se em média um ano e meio. " Demora por que deve ser feito dentro de um sistema de ampla defesa. Tudo deve ser preservado para que a pessoa possa se defender da melhor maneira. Então isso faz com que, as fases do processo seja mais longa do que um inquérito policial", explicou o diretor. O delegado Waldeck Duarte Júnior não quis comentar o caso.





Fonte: TVCA

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