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Internacional
Domingo - 28 de Outubro de 2007 às 14:39

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Istambul, 28 out (EFE).- O Exército turco concluiu os preparativos para fazer uma incursão militar no norte do Iraque, enquanto cresce a pressão popular a favor de uma operação além da fronteira contra os separatistas curdos.

Hoje, as tropas turcas mataram 15 militantes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) em um combate na província de Tunceli (a mais de 500 quilômetros da fronteira iraquiana), em uma operação da qual participaram 5 mil soldados turcos com o apoio de helicópteros Cobra.

A agência de notícias "Dogan" informou hoje que os preparativos militares iniciados há um mês na fronteira turco-iraquiana foram concluídos este fim de semana.

Cento e cinquenta mil soldados foram desdobrados na área fronteiriça, e a maioria das forças está concentrada em torno do distrito de Cukurca, na província de Hakkari (extremo sudeste da Turquia), a cinco quilômetros do território iraquiano, segundo fontes do alto comando militar citadas pela "Dogan".

Os soldados também transportaram vários veículos militares, além de helicópteros Cobra, Super Cobra e Sikorsky, com os quais realizavam há vários dias incursões no espaço aéreo do país vizinho.

Os peshmerga (guerrilheiros curdos) começaram a instalar postos de vigilância móveis nos arredores de Cukurca.

Além disso, 20 povoados da parte iraquiana próximos à fronteira foram esvaziados e seus habitantes enviados às grandes cidades, em função do temor de bombardeios do Exército turco.

Em Daglica, uma área próxima a Hakkari, ocorreu no domingo um duro choque entre as forças de segurança turcas e os militantes do PKK, que resultou na morte de 12 soldados e 34 rebeldes curdos, e na captura de oito soldados.

Este massacre provocou uma resposta em massa da sociedade turca, que passou a sair diariamente às ruas para se manifestar contra o terrorismo do PKK e exigir uma operação contundente de punição contra seus membros.

A imprensa também reflete a pressão da opinião pública sobre o Governo de Ancara para que tome medidas contundentes.

Os meios de comunicação refletiram as manifestações, e praticamente todos se mostraram favoráveis à intervenção militar do Exército.

Em um dos protestos mais maciços, 30 mil estudantes e docentes da Universidade de Erzurum (no leste da Turquia) insistiram na terça-feira na necessidade de defender a unidade do país.

Alguns dos estudantes, entre eles alguns de origem curda, disseram à agência Efe que o protesto serviu para "passar uma mensagem ao mundo de que na Turquia todos vivem juntos, estão unidos e ninguém poderá dividi-los".

O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas turcas, Yasar Büyükanit, advertiu para as tentativas de dividir o país, em mensagem divulgada na noite de sábado pela internet por ocasião da celebração, nesta segunda-feira, dos 84 anos da fundação da República da Turquia.

"De um lado o terrorismo e do outro o nacionalismo étnico e os reacionários têm como objetivo prejudicar o Estado", assegurou o general no sábado, em referência ao PKK, assim como aos nacionalistas curdos do Partido da Sociedade Democrática (DTP) e ao governante Partido da Justiça e o Desenvolvimento (AKP, islamita moderado).

O sentimento nacionalista pode ser percebido nas ruas das cidades do país, todas elas já enfeitadas com centenas de milhares de bandeiras.

O jornal "Sabah" disse hoje que, desde o domingo passado, foram vendidas 15 milhões de bandeiras em toda a Turquia.

A imprensa também comentou que os turcos não podem confiar nos seus "amigos ocidentais", pois se sentem abandonados por eles na luta contra o PKK, em referência aos Estados Unidos e à União Européia, restando apenas a opção de uma operação unilateral do Exército.




Fonte: EFE

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