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Politica Brasil
Sábado - 27 de Outubro de 2007 às 14:11
Por: Catarine Piccioni

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Em depoimento nesta semana à Polícia Federal, o empresário Darci Vedoin, 62, – apontado como um dos chefes da máfia das ambulâncias – disse não saber explicar os motivos de supostos pagamentos que teriam sido feitos ao deputado federal Pedro Henry (PP), pois havia uma funcionária responsável pela contabilidade da empresa Planam, pivô do escândalo que estourou na Operação Sanguessuga, em 2006. A soma dos valores repassados ao parlamentar, segundo as investigações, ultrapassaria R$ 200 mil.

Ouvido por carta precatória em Cuiabá, Vedoin também disse não saber informar porque havia na sede da empresa uma minuta de ofício, em nome de Henry, cobrando a execução de emendas parlamentares do então ministro da Saúde, quem teria elaborado o documento e nem se esse fora encaminhado.

À PF, o empresário sustentou que não existia acordo com Henry para que o grupo Vedoin fosse beneficiado pela apresentação de emendas do pepista ao Orçamento da União e negou que tenha dito o contrário em depoimento à Justiça. Apesar disso, Vedoin relatou que Henry encaminhava os prefeitos para a Planam, onde eles escolhiam "o tipo de veículo mais adequado ao município" e eram orientados a "confeccionar os pré-projetos e projetos que seriam encaminhados ao Congresso (Nacional)".

Darci Vedoin também confirmou que o filho, Luiz Antonio Trevisan Vedoin, adquiriu um veículo Blazer DLX, zero quilômetro, e doou ao parlamentar. No entanto, o veículo teria sido dado, segundo Vedoin, como "ajuda de campanha" e não "comissão". De acordo com ele, Henry vendeu o veículo e restituiu à Planam o valor correspondente à compra entre 2004 e 2005.

Ainda conforme Vedoin, "nunca foi repassada ou prometida vantagem indevida a Henry". Anotações de valores em documentos encontrados na Planam, segundo ele, são referentes ao pagamento das prestações da Blazer que havia sido entregue ao deputado. Disse desconhecer que o engenheiro Gilson dos Santos atuasse como assessor de Henry. Santos prestou serviços à Planam na construção da sede, segundo Vedoin.

Em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas e à Justiça Federal, no ano passado, Luiz Antônio Vedoin afirmou ter conhecido Henry em 2000 e que não chegou a fazer acordo de comissão fixa com o parlamentar, mas se comprometeu a ajudá-lo, sempre que necessário, em troca do direcionamento de licitações.

Conforme os depoimentos, Henry teria direcionado recursos para a compra de unidades móveis de saúde do grupo Vedoin na região oeste de Mato Grosso. Luiz Antonio disse que o contato com os prefeitos para acertar as fraudes nas licitações teria sido realizado pelo próprio deputado. Mas informou que a Blazer foi entregue a Henry a título de pagamento de comissão.

Em recente entrevista ao Olhar Direto, Henry afirmou que está disposto a pensar nas eleições municipais do próximo ano e que vai responder às acusações na Justiça. Ele -- que já é alvo de ação de improbidade administrativa em decorrência do mesmo caso – nega qualquer envolvimento com o esquema.

Indiciamentos – No último dia 10, o Supremo Tribunal Federal decidiu que a Polícia Federal não tem competência para indiciar parlamentares sem autorização da própria Corte ou com pedido da Procuradoria-Geral da República. Isso porque eles têm foro privilegiado.

Aberto pelo Supremo, o inquérito contra Henry tramita em Brasília (DF) sob sigilo. A PF em Mato Grosso, por exemplo, aguarda orientação da Corregedoria Geral da instituição para atuar, a partir da decisão do STF, em casos que envolvam pessoas com prerrogativa de foro.





Fonte: Olhar Direto

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