Empresário Vedoin nega acerto com peemedebista
Apontado como um dos chefes da máfia das ambulâncias, o empresário Darci Vedoin, 62, afirmou -- em depoimento à Polícia Federal nesta semana – que o deputado federal Carlos Bezerra (PMDB) não apresentou emendas ao Orçamento da União para beneficiar a Planam (empresa pivô do esquema dos sanguessugas) quando o peemedebista tinha mandato de senador.
Vedoin informou que o filho, Luiz Antonio Trevisan Vedoin, esteve na casa de Bezerra para discutir “possível contribuição financeira nas eleições de 2002”, mas “não houve ajuste para a apresentação de emendas”. À época, Bezerra concorria ao Senado e a mulher dele, Teté Bezerra, disputava uma cadeira na Câmara dos Deputados.
Em depoimento à Justiça Federal no ano passado, Luiz Antonio esclareceu que, na reunião, ficou acertado que ele pagaria R$ 100 mil a uma empresa que faria o marketing da campanha do PMDB. Em troca, o então senador havia se comprometido a apresentar uma emenda “genérica” no valor de R$ 2,5 milhões para a aquisição de unidades móveis de saúde. No entanto, o governo federal cancelou a emenda.
Na seqüência, conforme o depoimento de Luiz Antonio, a então deputada Teté Bezerra também se comprometeu a apresentar uma emenda, que também não havia sido liberada até julho do ano passado.
No depoimento prestado nesta semana por carta precatória, Darci Vedoin disse desconhecer qualquer facilidade que Bezerra tenha conseguido em benefício da Planam junto à Fundação Nacional de Saúde (Funasa), órgão da cota do PMDB. Disse conhecê-lo desde 1996.
Improbidade – Em setembro último, o Ministério Público Federal (MPF) ajuizou uma ação civil de improbidade administrativa contra o deputado federal e a ex-deputada.
A instituição alega que ficou comprovada, a partir da Operação Sanguessuga, desencadeada em 2006 pela PF, que o casal se beneficiou do esquema de apropriação de recursos públicos.
Ações penais -- O MPF também ofereceu à Justiça denúncia (acusação formal) contra Teté Bezerra por formação de quadrilha e corrupção passiva. Caso a denúncia seja acatada, ela deve responder a ação penal na Justiça comum, pois não ocupa mais cargo eletivo e, consequentemente, ficou sem foro privilegiado.
Já a denúncia contra Carlos Bezerra -- formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e corrupção passiva -- foi encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF). Ambos negam as acusações.

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