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Internacional
Sexta - 26 de Outubro de 2007 às 23:18

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O Brasil e o presidente venezuelano, Hugo Chávez, marcaram o debate sobre temas internacionais durante a campanha eleitoral argentina.

No discurso de lançamento de sua campanha, em julho, na cidade de La Plata, a primeira-dama e senadora Cristina Fernández de Kirchner, da Frente para a Vitória, citou o Brasil como exemplo industrial a ser seguido.

Cristina fez também referência à Embraer como uma das empresas símbolos da indústria nacional brasileira.

Esta semana, poucos dias antes das eleições presidenciais deste domingo, a candidata não respondeu à pergunta de dois jornalistas do programa "A Dos Voces", da emissora TN (Todo Noticias), sobre o que achava da venda de empresas argentinas para companhias brasileiras.

A pergunta reflete um assunto que, nos últimos tempos, não sai das páginas dos principais jornais argentinos. "Nossa indústria precisa continuar crescendo, sendo ampliada", disse Cristina.

Durante a campanha, Cristina e o presidente Néstor Kirchner inauguraram uma fábrica brasileira de tênis, na localidade de Chivilcoy, na província de Buenos Aires. Foi quando Kirchner disse pela primeira vez, no palanque: "Já podem chamá-la de presidenta".

O Brasil foi lembrado pelos principais presidenciáveis e seus assessores, em diferentes entrevistas, como um modelo a ser "admirado".

O ex-presidente do Banco Central Alfonso Prat-Gay, que apóia a candidata Elisa Carrió, da Coalizão Cívica, afirmou num programa do canal 5 de televisão: "É preciso uma política econômica séria com crescimento econômico sustentável de longo prazo. Vejam como o Brasil vai bem. O Brasil tem estabilidade econômica, e nosso crescimento não é sustentável".

Segundo Prat-Gay, a preocupação é que a Argentina esteja "seguindo os passos da Venezuela", com uma política de gasto público alto e inflação alta.

Carrió, por sua vez, disse mais de uma vez que o Brasil é "um aliado estratégico" para a Argentina.

O ex-ministro da Economia Roberto Lavagna, candidato pelo UNA, foi mais cauteloso ao dizer apenas: "O Brasil é um sócio importante para a Argentina". Mas fez questão de destacar que defende uma política econômica bem diferente da brasileira, com dólar alto.

Para Carrió e Lavagna, porém, de acordo com seus assessores, o governo Kirchner esteve "muito próximo" de Chávez.

Para eles, não teria sido necessário que o líder venezuelano realizasse, por exemplo, um comício em Buenos Aires durante visita do presidente americano George W. Bush à região, este ano.

As críticas à aproximação com Chávez, feitas pelos principais candidatos da oposição, não foram acompanhadas pela candidata oficial.

Nas poucas vezes que citou a Venezuela e o governo de Chávez, Cristina disse que Venezuela e Bolívia são importantes para a região.

E quando questionada sobre Chávez, respondeu com uma referência ao líder russo: "Não se pode pensar uma Europa sem Putin". Para ela, os demais países da região - e Estados Unidos também - dependem da energia venezuelana e boliviana.

Ao mesmo tempo, como observou o professor de relações econômicas internacionais da Universidade Di Tella, Julio Nogues, Cristina criticou, em algum momento da campanha, "o excesso de militarização" do governo Chávez.

A declaração foi interpretada como uma crítica ao modelo venezuelano. E levou este e outros analistas da área internacional a interpretarem que, caso seja eleita, a candidata poderia optar por uma relação "mais pragmática" com Chávez do que a que foi mantida pelo seu marido. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.





Fonte: BBC Brasil

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