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Cidades/Geral
Sexta - 26 de Outubro de 2007 às 07:21
Por: Patrícia Neves

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O número de acidentes em rodovias federais em 2007 (de janeiro a setembro) já é 10% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado. Foram atendidos 1978 acidentes este ano contra 1788 em 2006, quando morreram 187 pessoas. Este ano o número já alcança 166 óbitos. A imprudência ainda é apontada como maior causa de acidentes nas estradas, conforme a Polícia Rodoviária Federal (PRF), que combate esse fator com palestras e notificações.

De acordo com a PRF, contribuem para que os números continuem a crescer, principalmente o excesso de velocidade e desrespeito à sinalização, além da falta de atenção dos pedestres que transitam às margens das rodovias. O consumo de bebidas alcóolicas também é apontado como fator relevante para essas tragédias. Cooperam para que situações como essa sejam flagradas diariamente a branda penalidade. Em Mato Grosso, por exemplo, apenas 55 motoristas perderam a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) por incidirem em crimes contra o trânsito.

A PRF informa que são comuns as notificações por ultrapassagens em faixa contínua e também flagrar motoristas ultrapassando em locais proibidos.

Mato Grosso possui cerca de 4,8 mil km de rodovias por onde trafegam mais de 10 mil caminhões diariamente. Outros 800 km de estradas, que são as rodovias estaduais, estão em fase final de construção e ligam Comodoro a Sapezal e a Diamantino, o que deve aumentar o tráfego e elevar os riscos de acidentes.

Levantamento realizado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) revela que mais de 50% das rodovias em Mato Grosso estão ruins ou em péssimo estado.

De acordo com levantamento da PRF, os trechos em que mais se registram acidentes estão compreendidos na BR-364, na Serra de São Vicente, de Várzea Grande a Diamantino (BR-163), Serra do Mangaval (BR-070), na região de Cáceres, Serra da Petrovina (BR-364), na região de Rondonópolis, e os perímetros urbanos de cidade que são cortadas por rodovias federais, como Primavera do Leste (BR-070), Jaciara (BR-364), Lucas do Rio Verde e Sinop (ambas na BR-163).

Medidas - O professor e especialista em segurança pública, Marcos Flávio Rolim, vencedor do prêmio Direitos Humanos Unesco 1999, argumenta que é necessário um controle mais efetivo para a revenda de bebidas alcóolicas tanto em áreas centrais como às margens das estradas já que elas incidem para o crescimento anual das estatísticas de óbitos no trânsito. Na tentativa de reverter a situação, o governo federal estuda uma proposta para proibir a venda de bebidas alcóolicas às margens das rodovias.

O projeto prevê que a fiscalização nas estradas permaneça a cargo da Polícia Rodoviária Federal (PRF), enquanto a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deverá baixar normas de regulação para o mercado.

De acordo com 1º Levantamento Nacional sobre os Padrões de Álcool na População Brasileira, mais da metade dos brasileiros, 53%, bebe mais de uma vez por semana. Desse total, 12% têm problemas com o álcool. A pesquisa revela que é comum os brasileiros beberem e depois dirigirem. Segundo a pesquisa, a maioria é favorável a penas mais rígidas: ao todo, 63% dos entrevistados apóiam a prisão para motoristas que dirijam alcoolizados.

Custos - Cálculo do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) revela que a cada mil acidentes nas estradas federais, 772 pessoas ficam feridas, 58 morrem na hora e 37 morrem no hospital. Por ano, no Brasil, são cerca de 35 mil mortes. O prejuízo causado aos cofres públicos é de R$ 22 bilhões ao ano - estão incluídos gastos com saúde e resgate, a reabilitação, os danos aos veículos, a perda da carga do caminhão, a remoção do veículo e o translado da carga e até a perda de produção da pessoa que fica sem trabalhar. Uma vítima fatal chega a custar R$ 281, 2 para o governo.

O relatório Youth and Road Safety da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostra que os gastos mundiais com acidentes chegam a US$ 518 bilhões anuais, ou R$ 1 trilhão, envolvendo gastos com saúde, materiais e outras despesas. Em países de média e baixa renda, os custos ficam entre 1% e 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB)





Fonte: Gazeta Digital

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