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Cidades/Geral
Sexta - 19 de Outubro de 2007 às 15:56
Por: Ney Santana

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Com 28 anos de serviços prestados à Polícia Rodoviária Federal (PRF), o inspetor João Oliveira Filho é o responsável pelo comando do policiamento na BR-163, região do Médio Norte mato-grossense. A rodovia, que tem grande fluxo de veículos pesados, notadamente carretas e bitrens, é uma das preocupações do policial, juntamente com a prostituição infantil (esta, inclusive, mereceu campanha nacional, deflagrada no primeiro semestre). O inspetor falou à reportagem de O DIVISOR durante a solenidade de posse do novo delegado de Diamantino, Daniel Lemos Valente, no último dia 27. Confira:

Como combater a prostituição infantil, que cresce cada vez mais nas rodovias brasileiras?

Inspetor João Oliveira Filho: Conscientizando os motoristas. Nós, como representantes da PRF, já tivemos a oportunidade de fazer uma operação conjunta com a Polícia Civil. Foi em 18 de maio, Dia Nacional de Combate à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Desenvolvemos um trabalho, durante dois dias, compreendendo a região de Nova Mutum até Rosário Oeste. Nós tínhamos problemas com menores no porto pesqueiro, onde é parada de caminhão. Lá tem um assédio grande de pessoas ligadas à prostituição aos motoristas, porque são alvos fáceis, em virtude de estarem fora de casa, longe da família, carentes. Há mulheres que vivem disso, mas há também as que aliciam menores para “colocar na praça”, como elas mesmo dizem. Mas a gente vem fazendo um trabalho conjunto com as polícias Civil e Militar e até a Federal para colocarmos um fim nisso.

Outra preocupação é a BR-163...

Inspetor João: Sim, a questão da 163 nos preocupa, porque a estrutura da rodovia não está completa, devido à falta de acostamento. É uma BR com grande fluxo de veículos, principalmente carretas, bitrens, rodotrens... são veículos perigosos, porque a partir do momento que desenvolvem uma velocidade, a partir dos 80, 100 quilômetros por hora, o freio não segura. E piora com chuva, pista molhada, grande fluxo de trânsito.

O número de veículos é grande?

Inspetor João: Muito. Para se ter um exemplo, a rodoviária do Posto Gil tem em torno de 50 linhas de ônibus funcionando diariamente. É um fluxo de mais de mil pessoas por dia. Agora imagina o volume do trânsito? Torna-se extremamente perigoso, por ter a 163 apenas uma pista simples, sem acostamento. Aí vem a época da chuva, tempo nublado, cerração, veículo deficiente, pneu careca... Isso tudo gera uma preocupação maior, porque a probabilidade de acidente é grande.

E o que pode ser feito?

Inspetor João: Trabalhar, e muito. Fizemos um documento encaminhando para o Dnit, em Cuiabá, ressaltando a questão da erosão da serra. Está documentado isso. Falamos também sobre a questão do buraco, indo para Nova Mutum, onde houve um acidente com a Satélite Norte. Fizemos uma referência específica ao fato. Aquele buraco lá consertaram, e agora estão correndo atrás de viabilizar recursos para corrigir o problema na serra.

Como está o efetivo hoje da PRF no Médio Norte?

Inspetor João: Temos um efetivo pequeno. Houve uma grande demanda de policiais que se aposentaram e nós estamos aguardando a reposição. O governo federal aprovou a realização de um concurso com 340 vagas para o aparelhamento da BR-163. Esses policiais devem ser alocados no Mato Grosso e no Pará. Eles devem ser lotados às margens da 163, começando lá pela delegacia de Rondonópolis e Cuiabá, passando por Diamantino. Estão em estudos a criação de uma nova delegacia em Guarantã do Norte ou Matupá, que é um pedido do deputado Pedro Satélite, e provavelmente um posto ou uma delegacia em Nova Mutum, que é um trabalho do prefeito Adriano Pivetta e do irmão dele. Há uma preocupação grande, porque está surgindo uma nova BR, a 242, que cruza a 163 e vem lá do Vale do Araguaia e vai até Comodoro. Essa rodovia já é vista como a maior linha de produção da América do Sul.





Fonte: O Divisor

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