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Politica Brasil
Terça - 16 de Outubro de 2007 às 15:39

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Infiltrações, rachaduras, janelas sem vidro, salas-de-aula adaptadas, áreas de lazer danificadas, rede elétrica comprometida, instalação de cupim e até lixão e córregos nas redondezas das instituições de ensino da rede municipal. Tais constatações foram divulgadas nesta manhã (16/10), pela subsede Várzea Grande do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), durante ato público de desagravo aos trabalhadores da educação municipal, na praça Nossa Senhora do Carmo.

O levantamento, feito em 10 dias por meio da visita a 12 escolas e creches do município, integra um dossiê assinado pelo sindicato que será protocolizado no Ministério Público Estadual.

Cerca de 40 pessoas acompanharam a manifestação, representados por trabalhadores da educação no município, especialmente das escolas vistoriadas. A supervisora do Centro de Educação Infantil Tia Lucimar Sacre Campos, Catarina Dias, endossou as constatações apontadas pelo sindicato. Ela revelou que na instituição, onde são atendidas crianças entre um e cinco anos de idade, as instalações oferecem risco de acidentes graves e complicações de saúde. A área de lazer é constituída por brinquedos velhos e enferrujados. O banheiro registra infiltrações e sanitários insalubres. A sala-de-aula funciona para lecionar e também como berçário. “As cadeiras são arrastadas e as crianças são acomodadas no colchão, no chão”, disse.

A docente da instituição, Joceli Isabel Pereira Leite, acredita que a iniciativa do sindicato funcione na cobrança da aplicação dos recursos voltados ao município para a educação. “Como vamos ensinar sobre higiene e saúde se as condições da escola não são exemplos para as crianças?”, questionou. “Onde estão os recursos das licitações?”, completou.

A presidente do sindicato, Maria Aparecida Cortez, reivindica a aplicação da constituição através da Lei de Diretrizes e Bases (LDB), onde as crianças têm direito a educação de qualidade para garantir o desenvolvimento físico, social, psicológico e intelectual. “Nesses ambientes, o que há é uma domesticação das crianças em Várzea Grande”, disse. Segundo ela, as condições insalubres comprometem, inclusive, a vida escolar dos alunos. “Sem espaço físico e materiais pedagógicos adequados, as crianças perdem interesse na sala-de-aula”, afirmou. “Depois ninguém sabe dizer porque as crianças não gostam de ir a escola”, completou.

Cida pontua sobre a importância da aplicação de recursos na manutenção das instituições de ensino, uma vez que a disposição das matrículas não é o único recurso para se garantir educação de qualidade. “É só verificar que o IDEB [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica] do município não é um dos melhores”, disse.

O sindicato protocolizará, às 14 horas, o dossiê na comarca várzea-grandense do Ministério Público Estadual, com todos os indicativos das condições inóspitas registradas nas instituições vistoriadas. “Acreditamos na capacidade do Ministério de intervir toda vez que percebemos situações prejudiciais à população”, afirmou. Depois da iniciativa na praça e no Ministério Público, o sindicato permanece com as manifestações junto a Secretaria Municipal de Educação e Câmara de Vereadores, a fim de cobrar medidas combativas a atual situação das instituições de ensino no município.




Fonte: Assessoria

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