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Nacional
Sexta - 12 de Outubro de 2007 às 09:12

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Dom Raymundo Damasceno, arcebispo de Aparecida, estima que 350 mil pessoas visitarão a cidade no fim de semana do feriado de Nossa Senhora. Entusiasmado com o aumento do número de romeiros após a vista do Papa Bento XVI, o religioso prevê um recorde em 2007. "Nunca tivemos tanta gente vindo para a cidade. Na sexta-feira, sábado e domingo, devemos ter 350 mil pessoas visitando a cidade. É algo incrível", defende.

Segundo o arcebispo, o número de peregrinos em setembro foi um recorde. "No último mês tivemos 1,3 milhão. Isso nunca aconteceu antes. Sem dúvida, a vista do Papa fez com que Aparecida ficasse conhecida internacionalmente. O Santuário sempre foi bastante conhecido no Brasil, mas agora aumentou também o número de romeiros da América Latina."

A previsão de Dom Raymundo é de que, até o final do ano, 8,5 milhões de peregrino visitem o Santuário Nacional de Nossa Senhora. "Em 2006, tivemos 8,3 milhões, o que já foi um recorde. Acredito que chegaremos a um pouco mais. Tenho recebido mensagens de diversas partes do mundo. Tem fiéis que acompanham as missas pela internet e mandam mensagens até do Japão."

Dom Raymundo será o responsável pela principal missa em homenagem a Nossa Senhora, marcada para às 10h desta sexta-feira (12). No encontro, ele pretende abordar a importância da vida. "O tema proposto para o dia é o tema da vida como dom de Deus. A vida é sagrada e, portanto, deve ser acolhida, defendida por todos nós. Hoje temos tantos acidentes, tantas mortes. Onde está o valor da vida? A sacralidade?", afirmou.

O arcebispo demonstrou tristeza ao ser informado pela reportagem que um romeiro de Barueri faleceu na madrugada de domingo, quando seguia para Aparecida. "A vida se torna tão banal, é algo selvagem", lamentou.



Papa Bento XVI

O arcebispo de Aparecida foi um dos anfitriões de Bento XVI durante sua passagem no Brasil. O seminário que abrigou o religioso durante sua estadia em Aparecida já voltou a funcionar, mas ainda deve passar por mais reformas. "Falta acertar os últimos dois andares. É uma obra mais simples, mais economica e rápida", explica o religioso. "Após a vista do Papa houve uma mudança em relação a sua imagem. Tinhamos no Brasil que ele era um homem muito severo, rigido, rigoroso, distante do povo. Certamente essa imagem mudou. Hoje, quando me encontro com o povo, não há mais ninguém que tenha essa imagem de um Papa frio", afirma.

Durante sua visita, o Papa abriu a V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe (Celam), encontro no qual bispos de diferentes países discutiram diretrizes e planos para o catolicismo na região. O documento resultante do encontro sofreu alterações, o que gerou críticas na época. "Inicialmente, houve reação de um ou outro grupo em relação a alterações que foram feitas, mas elas foram feitas a partir de correções necessárias. As emendas ao texto requeriam dois terços dos votantes e foram aprovadas com a maioria absoluta apenas. A comissão pensou que as emendas passavam por maioria absoluta. Depois se verificou que as emendas precisavam de dois terços, por isso elas foram canceladas", defende Dom Damasceno.

As mudanças principais no documento aprovado referiam-se às comunidades eclesiais de base. "Eles acharam que foi uma alteração arbitraria, mas elas não haviam sido aprovadas. Além disso, houve outras alterações foram de estilo, de clareza. É um texto que é aprovado às pressas, é grosso, denso e ninguém tem tempo de ficar vendo erro de português. É natural que hajam correções", argumenta o religioso. "Não foram modificações substanciais, e, mesmo que fossem, o Papa tem toda autoridade para isso, não é mesmo?"




Fonte: G1

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