Paquistão realiza eleição presidencial em meio a incertezas
Legisladores do Paquistão começaram neste sábado a votar nas eleições presidenciais, apesar de ainda não estar claro se o atual presidente, Pervez Musharraf, tem o direito de concorrer à reeleição.
A Suprema Corte diz que o vencedor não poderá ser declarado até que decida se o general Musharraf pode concorrer enquanto acumula as funções de presidente e chefe do Exército.
A expectativa é de que o general vença a eleição, da qual participam o Parlamento e as quatro Assembléias provinciais do país.
Segundo seus advogados, Musharraf vai deixar o cargo militar, mas apenas se for reeleito como presidente.
Confusão
A decisão da Suprema Corte, tomada na sexta-feira, gerou confusão sobre a votação.
Segundo a correspondente da BBC em Islamabad, Bárbara Plett, autoridades do governo disseram que se trata de uma formalidade, mas analistas dizem que foi um sério golpe que colocará em dúvida a legitimidade do pleito.
Os juízes disseram que não terão uma decisão final sobre o impasse antes de 17 de outubro, que coincide com a data em que a ex-primeira-ministra Benazir Bhutto promete voltar ao Paquistão após anos de exílio voluntário.
Musharraf e Bhutto negociam um possível acordo de divisão de poder, o que significa que o partido da ex-premiê, o maior do país, decidiu não mais boicotar o pleito.
O general espera também que o acordo dê mais credibilidade a seu governo, instituído através de um golpe militar em 1999.
Ele retirou as acusações de corrupção contra Bhutto, ao assinar uma lei que absolve qualquer pessoa acusada – mas não condenada – por corrupção entre 3 de janeiro de 1986 e 12 de outubro de 1999.
Correspondentes dizem que Musharraf está esperando o veredito da Suprema Corte para formalizar o acordo.
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