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Internacional
Sexta - 21 de Setembro de 2007 às 09:22

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Milhares de pessoas participaram nesta quinta-feira de uma manifestação na cidade de Jena, no Estado americano da Louisiana, onde uma série de incidentes em uma escola local colocou em foco o problema do racismo no país.

A manifestação foi para mostrar apoio a seis alunos negros de uma escola local, que foram indiciados depois de terem agredido um colega branco.

Vestidos de preto, os participantes do protesto – que vieram em ônibus de lugares distantes, como as cidades de Nova York e Los Angeles – fizeram uma passeata e se reuniram em frente ao tribunal local.

Eles alegam que os jovens negros foram discriminados pela Justiça da cidade, enquanto jovens brancos que teriam cometido atos racistas não foram punidos.

Tensão na escola

Os problemas em Jena começaram no ano passado, quando, durante um dia de verão, um aluno negro perguntou ao diretor da escola se ele podia se sentar à sombra de uma árvore do pátio escolar – um local onde geralmente ficam reunidos os alunos brancos.

O diretor disse ao aluno negro que ele poderia se sentar onde quisesse.

Na manhã seguinte, quando os estudantes chegaram à escola, encontraram amarradas na árvore três cordas com nós de forca, símbolos que evocam o passado de assassinatos de negros no sul dos Estados Unidos.

O diretor da escola recomendou que os três estudantes brancos culpados por amarrar as cordas fossem expulsos, mas o conselho da escola rejeitou o pedido.

Os jovens também não foram processados porque, segundo o procurador do distrito, não há nenhuma lei estadual que pudesse ser usada para levá-los à Justiça.

No caso seguinte, ocorrido em dezembro de 2006, seis jovens negros agrediram um colega branco e foram inicialmente indiciados por tentativa de homicídio.

Posteriormente, a promotoria mudou as acusações contra cinco dos jovens, que passaram a ser de agressão. Eles aguardam em liberdade o julgamento.

O sexto deles, porém, continua preso e ainda enfrenta a acusação de tentativa de homicídio. Mychal Bell foi condenado em junho por um júri formado inteiramente por brancos, mas depois uma corte de apelações reverteu a decisão e ele está esperando um novo julgamento.

“Seis de Jena”

“Mychal Bell ainda está na cadeia dez meses depois. Os outros cinco aguardam julgamento por uma briga de escola”, disse o reverendo Al Sharpton, ativista de direitos dos negros e ex-pré-candidato à Presidência dos Estados Unidos, que participou da manifestação em Jena.

“Este é o mais flagrante exemplo de disparidade racial no sistema judicial que eu já vi. Você não pode ter dois padrões de justiça, aqueles que penduraram as forcas é que adicionaram o componente racial.”

O promotor distrital, Reed Walters, negou que o caso dos “Seis de Jena”, como estão sendo chamados os garotos, tenha algo a ver com racismo.

“Não tem e nunca teve nada a ver com raça. Tem a ver com trazer justiça a uma vítima inocente e responsabilizar pessoas pelo que elas fizeram”, disse.





Fonte: BBC Brasil

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