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Economia
Quinta - 20 de Setembro de 2007 às 15:39

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A terceira edição do Biodiesel BR, evento promovido pela Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT – que discutiu o papel do Brasil no cenário internacional de biocombustíveis, foi encerrada nesta quinta-feira, dia 20, no Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá MT. Segundo o coordenador da ação e pró-reitor de Pesquisa da UFMT, Paulo Teixeira de Sousa Jr., o Biodiesel BR 2007 atingiu seu objetivo que foi de servir de espaço de troca de conhecimentos e debate entre pesquisadores, acadêmicos, empresários, representantes do poder público e do setor produtivo dos biocombustíveis de Mato Grosso.

“As palestras foram muito boas e despertaram o interesse do público, que participou ativamente dos debates”, avaliou. Ele citou ainda duas questões que tiveram mais destaques entre as discutidas durante os três dias do evento. Uma delas é a instalação do alcoolduto em Mato Grosso, tema de uma das mesas redondas do Biodiesel BR. A outra se refere à preocupação com o meio ambiente e com a qualidade de emprego que as empresas de biocombustíveis geram. “Por isso, o papel das pesquisas é fundamental, para que os benefícios que o Estado venha ter com os biocombustíveis não se perca em dobro devido a problemas ambientais e de exploração dos trabalhadores, como o trabalho escravo utilizado em algumas usinas de cana-de-açúcar”, exemplificou.

No ultimo dia do evento foram realizadas duas mesas redondas. Na primeira, representantes da Rede Brasileira de Tecnologia em Biodiesel apresentaram os objetivos e projetos que vem sendo desenvolvidos em várias instituições de pesquisa e universidades do país sobre o biodiesel. A atividade foi coordenada pelo professor da UFMT, Evandro Dall’Oglio, e teve como participantes os pesquisadores do Instituto Nacional de Tecnologia, Eduardo Cavalcanti; da Universidade Federal de Viçosa, Ronaldo Perez; e da Universidade de Pernambuco, Sérgio Peres.

A Rede Brasileira de Tecnologia de Biodiesel tem como objetivo articular os diversos pesquisadores e entidades envolvidas na pesquisa, no desenvolvimento e na produção de biodiesel, procurando identificar e eliminar os gargalos tecnológicos que venham a surgir durante o desenvolvimento do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel. São cinco as áreas de atuação: agricultura, armazenamento, caracterização e controle de qualidade, co-produtos e produção.

De acordo com Sergio Peres, atualmente a rede congrega mais de 200 pesquisadores em quase todos os estados brasileiros. Ele apresentou um dos projetos da rede que visa o aproveitamento energético dos co-produtos da produção do biodiesel de mamona, ou seja, utilizar o que sobra da produção do biodiesel de mamona (casca, torta e glicerina) para produzir energia.

Já Ronaldo Perez fez uma exposição dos principais plantas que podem ser utilizadas para a produção do combustível e de seu teor de óleo. “As oleaginosas que produzem mais óleo a um preço mais barato terão mais chances de se estabelecerem como as principais para a produção do biodiesel”, explicou. Já Eduardo Cavalcanti falou sobre o armazenamento do biocombustivel e seus processos de degradação.

Todos os pesquisadores concordam que é preciso que o setor produtivo aproxime-se e invista nas pesquisas das universidades para acelerar os resultados sobre a questão, já que a partir de 2008 será adicionado obrigatoriamente 2% de biodiesel ao diesel no país. “E não basta exportamos somente o biodiesel, mas também a tecnologia para sua produção”, defendeu o Evandro Dall’Oglio.

Parceria – A segunda mesa redonda teve como tema “A importância da interação universidade-empresa no desenvolvimento tecnológico e no apoio ao setor produtivo”. A coordenação ficou a cargo do secretário de Ciência e Tecnologia, Chico Daltro. Os participantes foram os representantes da FIEMT, Serafim Melo; do Sebrae, André Simões; da Gleba Quilombo, Antonio Candido da Silva Filho; e da FINEP e do Ministério da Ciência e Tecnologia, Plínio Wermelinguer Jr.

Todos os componentes da mesa defenderam que a parceria entre a universidade e as empresas do setor produtivo dos biocombustiveis é de extrema importância para que Mato Grosso confirme seu potencial como principal produtor do combustível renovável no país. “É importante a interação de idéias, mas também de investimentos. Além disso, precisamos popularizar as atividades de ciência, tecnologia e inovação para despertar esse interesse”, defendeu o secretário.

O representante da FIEMT defendeu a realização de pesquisas de forma exaustiva e permanente, sempre destacando que é preciso buscar estratégias de aproximação entre a academia e o setor produtivo. O representante do Sebrae também defendeu a parceria como a melhor forma de contribuir para o desenvolvimento econômico e social através dos biocombustiveis. O representante do FINEP apresentou a evolução do mercado de biodiesel no Brasil e no mundo e também as novas linhas de financiamento do órgão relacionadas ao biocombustível.

O Biodiesel BR 2007 foi realizado pela UFMT, com apoio do Centro de Pesquisa do Pantanal-CPP, Banco da Amazônia, Secretaria de Estado de Indústria Comercio Minas e Energia-SICME, Sebrae, ANP, OCB/MT, Petrobras, BNDES, Ministério da Ciência e Tecnologia, Ministério da Integração Nacional e Secretaria de Desenvolvimento do Centro-Oeste.





Fonte: Studio Press

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