Bandidos fazem "rodízio" em assaltos entre Cuiabá e outras cidades brasileiras

A Polícia de Cuiabá ainda não tem pistas dos cinco bandidos que invadiram, fizeram mais de 20 pessoas como reféns, vasculhares, bagunçaram e roubaram uma fortuna - mais de R$ 800 mil entre dinheiro e cartões telefônicos - de três cofres da empresa Líder Cartões Telefônico, localizada no 3º andar do Centro Empresarial Paiaguás, na Avenida Rubens de Mendonça, área central de Cuiabá. O roubo aconteceu às 6h45 de segunda-feira (10) deste mês. Os bandidos podem ser de outro Estado e fazem parte de uma quadrilha que “trabalha” em rodízio com outras quadrilhas da Capital.

Além do assalto a Líder, a Polícia também trabalha com outras informações sobre o mesmo sistema de rodízio, uma prática criminosa que vem sendo adotada por quadrilhas com ramificações em Cuiabá e outras capitais brasileiras. “Não sei se foi o caso desse assalto a Líder, mas a realizada é que existe esse tipo de rodízio, que na prática não é de hoje, mas que aumentos nos últimos anos”, afirmou uma fonte da Polícia Civil.

Na prática, segundo a reportagem do Site 24 Horas News apurou, os ladrões agem assim: Organizados, bandidos de outras cidades vêm realizar assaltos em Cuiabá, e os ladrões daqui vão fazer assaltos em outras cidades, de preferência da região Centro-Oeste. A Polícia, no entanto, não descarta que as quadrilhas também se desloquem para o eixo Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.

Os detalhes sobre a ação das quadrilhas vieram á tona pelos fatos, primeiro pelo planejamento muito bem detalhado com informações precisas dos locais por onde circulam uma grande quantidade é dinheiro, com dia e hora para uma ação mais precisa.

Segundo, pelo modo de ação das quadrilhas, sempre sem proteção nos rostos, mesmo sabendo que no local existe circuito interno de televisão e que o assalto está sendo filmado. Justamente como aconteceu na semana passada na Líder Cartões, onde nenhum bandido estava usando proteção no rosto.

Terceiros, os assaltantes, mesmo com muito calor em Cuiabá, fazem questão de usar paletó e gravata, não para ostentação, mas para demonstrar organização e não levantar suspeita, justamente de que são bandidos, principalmente quando vão entrar e sair de locais de grande movimentação de pessoas como o Centro Empresarial Paiaguás e a Avenida Rubens de Mendonça.

O delegado Antonio Carlos Garcia de Mattos, titular da Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos (DRRF) de Várzea Grande, confirma o assalto em rodízio, mas garante que a prática é antiga. O delegado concorda, no entanto, que a “integração” entre os bandidos daqui e de fora aumentou nos últimos.

“Não é de hoje que os ladrões daqui saem para cometer assaltos em outras cidades, e os de fora vêm para cá cometer os mesmos tipos de crimes, principalmente os assaltos conhecidos como saidinha de banco. Tanto é verdade, que nós já prendemos muito bandidos de fora, como Goiás, por exemplo, e da Polícia de lá também já prendeu muitos assaltantes daqui”, comenta o delegado Garcia.