PP e DEM preparam "aliança estratégica" para 2008 e isola o PR

Animado com a possibilidade real de ter dois candidatos fortes disputando eleições em condições de vitória nos dois principais colégios eleitorais do Estado, Cuiabá, com Walter Rabelo, que deixou o PMDB; e, Várzea Grande, com Maksues Leite, ambos deputados estaduais e apresentadores de programas populares em emissoras de televisão na Grande Cuiabá, o Partido Progressista já está trabalhando por uma “aliança estratégica” com os Democratas (DEM) para 2008. Em troca, o apoio integral do PP em 2010, com direito a indicação de um vice ou de um candidato ao Senado Federal na chapa. Os democratas já têm uma chapada definida, com Jaime Campos ao Governo e Jonas Pinheiro para um terceiro mandato como senador da República.

A “amarração” vem sendo discutida especialmente pelo deputado federal Pedro Henry e o senador Jaime Campos e o próprio Jonas Pinheiro, em Brasília. Em Cuiabá, os entendimentos são mantidos pelo deputado estadual José Riva, 1º secretário da Mesa Diretora da Assembléia Legislativa. Riva já manifestou interesse em disputar uma vaga ao Senado Federal. No caso, ocupar uma das vagas na aliança com os democratas. Com isso, a aliança estrutural entre democratas e republicados, que vigora atualmente, chegaria ao seu final. O PR terá que buscar outros aliados para tentar manter o controle do Governo.

Os entendimentos para fechamento da “aliança estratégica” visando 2010 estariam mais adiando em Várzea Grande. Lá, segundo uma fonte do PP, os dois partidos estão convencidos de que poderão chegar a um entendimento. Por mais que o DEM ensaie o lançamento do nome de Júlio Campos, ex-governador, ex-senador e atualmente conselheiro do Tribunal de Contas, o nome mais forte no momento é o de Maksuês, segundo pesquisas. “A família sabe que esse embate é desnecessário” – comentou uma fonte. Dentro do partido ainda há o nome do deputado Wallace Guimarães, que disputou a última eleição na cidade contra Murilo Domingos e por pouco não venceu.

A tese da candidatura de Júlio Campos, em verdade, passou de um lampejo de possibilidade a remota depois que a direção do DEM entregou o partido em Várzea Grande para o próprio Wallace. Era a sinalização que o deputado estadual precisava para continuar na sigla. Com o nome de Júlio Campos circulando, Wallace se sentiu desprestigiado e passou a discutir seu ingresso no PDT. No fim, acabou ficando.

“O candidato a prefeito de Várzea Grande seria aquele que aparecer melhor na pesquisa” segundo essa fonte progressista. Em tese. Até lá, tanto Maksuês como Wallace vão tentar construir seus projetos. Uma pequena diferença seria “discutida” nas urnas. Ou seja, sem aliança qualquer. No caso, progressistas e democratas teriam que buscar outras alianças. O Partido da República, com Murilo Domingos, passaria a ser uma opção a ser tentada. “No quadro de hoje, lá, é preciso conservar muito o diálogo” – frisou.

Em Cuiabá, porém, o quadro é mais favorável. Até aqui, o DEM não tem candidato a prefeito com relativo peso. Pode receber a filiação de Roberto França, deputado estadual que está sem partido e que foi o prefeito antes de Wilson Santos. Até aqui, a sigla trabalha apenas com o nome do empresário Anildo Lima Barros, mais lembrado como empreendedor do que como prefeito que foi quando Júlio Campos ainda era governador do Estado. O DEM esperava também a filiação de Sérgio Ricardo , atualmente no PR. Com desejo latente de voltar a disputar a Prefeitura de Cuiabá, Sérgio não tem conseguido “emplacar” seu nome entre os republicanos e têm sido aconselhado a deixar o partido.

Existe ainda possibilidade de PP e DEM fecharem alianças em muitos outros municípios do Estado. O deputado José Riva será o coordenador dos encaminhamentos e das campanhas eleitorais na Grande Cuiabá. Já o deputado federal Pedro Henry cuidará dos interesses da sigla no interior.