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Politica Brasil
Sexta - 14 de Setembro de 2007 às 13:53
Por: Celso Bejarano Jr.

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O presidente nacional do PTB Roberto Jefferson, pivô de uma das piores crises enfrentadas pelo governo de Lula, atacou dois políticos mato-grossenses na manhã desta sexta-feira, em Cuiabá.

Ele disse que o deputado federal reeleito Pedro Henry, do PP, desfilava no congresso com malas cheias dinheiro para atrair parlamentares interessados em negociar votos favoráveis ao governo petista em troca de vantagens financeiras e que o ex-deputado Ricarte de Freitas, não reeleito, foi um desastre como chefe do diretório regional do PTB.

Henry, disse Jefferson, em coletiva à imprensa no saguão do hotel Paiguás, centro da capital mato-grossense, era pago para cooptar deputados federais dispostos a apoiar o governo de Lula em troca de dinheiro, esquema que ficara conhecido como mensalão.

Essa prática de compras de votos na Câmara fora denunciada à imprensa por Jefferson em junho de 2005 e abalou o governo federal.

Por conta do mensalão, o STF (Supremo Tribunal Federal) acatou denúncia proposta pela Procuradoria da Republica e transformou 40 pessoas, entre as quais Jefferson e Henry, em réus. O presidente nacional do PTB fora cassado em 2005 e só pode disputar uma eleição em 2014. O episódio derrubou três ministros de Lula, um deles José Dirceu (Casa Civil).

Roberto Jefferson, que veio em Cuiabá participar de atos de filiações do PTB, disse que dentro das malas de Henry eram carregados “bem mais que R$ 30 mil”.

“As provas estão lá no processo [no STF]. Não tribunalizo a questão política. Pedro Henry tinha recursos exuberantes, tentava seduzir parlamentares do PTB e eu o impedi. Ele queria cooptar nossa bancada. Disse a ele: não faça isso se não vamos brigar e foi o que ocorreu lá na frente”.

Segundo Jefferson, o dinheiro do esquema "mensalão" saia de cofres de estatais, empresas privadas e chegava a Brasília "em malas", onde seria rateado em ação chefiada pelo ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares. A trama, disse o ex-deputado, era auxiliada por "operadores" como o publicitário Marcos Valério e o ex-líder do PP na Câmara, José Janene (PR).

RICARTE

Roberto Jefferson afirmou que o PTB errou em 2002 em ceder o comando regional do partido ao ex-deputado federal Ricarte de Freitas. Ricarte havia trocado o PSDB pelo PTB.

“Ele [Ricarte] se revelou um desastre no partido. Não tinha identidade com o PTB e só pensava em reeleição. O PTB aqui de Mato Grosso é composto por gente como Osvaldo Sobrinho, Homero Florisbelo, Chico Galindo [deputado estadual], Rodrigues Palmas [ex-prefeito de Cuiabá]. Esses, sim. Ricarte foi um desastre”, disse Jefferson.

Hoje Ricarte mora em Brasília. Foi denunciado recentemente como um dos envolvidos com a máfia das sanguessugas, como ficou conhecida a quadrilha que fraudava licitações e corrompia políticos para negociar ambulâncias com prefeituras a preços superfaturados.

A CASSAÇÃO DE JEFFERSON

Roberto Jefferson foi cassado em setembro de 2005 pela Câmara Federal. Ele foi considerado réu confesso por admitir tráfico de influência em estatais e receber R$ 4 milhões de caixa dois do PT, dinheiro não declarado ao Tribunal Regional Eleitoral.

Hoje, em Cuiabá, ele disse não ser o paladino da ética. “Eu saí maior do que entrei. Saí pela porta da frente. Não sou vilão nem herói. Só não sou pior que a gente está aí [referindo-se ao governo do PT].

O responsável pela denúncia do escândalo do mensalão, já é tratado como réu no processo sobre o esquema há pelo menos 15 dias. O STF acolheu as denúncias de corrupção passiva e lavagem de dinheiro contra ele. “Fui cassado porque não consegui provar a existência do mensalão. Porque rompi com o governo e o governo trabalhou pela cassação”, disse o ex-deputado federal.

Já o deputado Pedro Henry é processado no STF por denúncias de corrupção passiva, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.

Um mês atrás o juiz Jeferson Schnneider, da 2ª Vara Federal de Mato Grosso, aceitou a denúncia proposta pelo MPF (Ministério Público Federal) contra o ex-deputado federal Ricarte de Freitas, do PTB..

Ricarte teria sido favorecido pela máfia das sanguessugas ao receber dinheiro e ainda um automóvel. No início desse ano, seu nome chegou a ser cogitado para conduzir um escritório do governo de Mato Grosso, em Brasília. As denúncias que recaem sobre ele, contudo, rechaçou a indicação.





Fonte: Midia News

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