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Politica Brasil
Terça - 04 de Setembro de 2007 às 14:32

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O presidente nacional do PT, deputado federal Ricardo Berzoini (SP), disse nesta terça-feira ter considerado adequada a resolução do partido sobre as eleições de 2010, de lançar candidato próprio à presidência da República. Entretanto, ele destacou que é necessário dialogar e construir alianças para aproveitar o potencial do PT.

"Todos se convenceram de que era importante votar essa questão, de maneira unitária, para não passar qualquer recado errado para os nossos parceiros. Entendemos que o PT, tradicionalmente, apresenta candidato, mas queremos dialogar e conversar com todos. Este é um assunto para amadurecer até 2009, quando avaliaremos o cenário e a conjuntura", afirmou Berzoini em entrevista ao site do PT.

O debate em torno da candidatura própria em 2010 foi um dos principais temas de discussão no 3º Congresso Nacional do PT, e expôs o desafio inédito para o partido de ir para uma eleição presidencial sem o nome de Luiz Inácio Lula da Silva na cédula.

O texto final, apesar de fazer acenos a aliados, deixa claro que o PT quer lançar candidato próprio. No segundo parágrafo, o partido diz que será "dirigente" da condução da sucessão. No terceiro, mais explícito, diz que "deve apresentar candidatura petista à sucessão de Lula".

Eleições internas

O PT definiu no último domingo que a realização do próximo PED (Processo de Eleição Direta) do partido ocorrerá nos dias 2 e 16 de dezembro deste ano --datas do primeiro e segundo turno, respectivamente.

Berzoini disse ter expectativa de que haja renovação na direção do partido no processo eleitoral. "Eu espero que represente um grau de oxigenação no partido, porque cada eleição traz gente nova para a direção e, gente nova, sempre traz posições novas e pontos de vista diferentes", afirmou.

Ele garantiu que não pretende se candidatar: "Estou trabalhando com a perspectiva de construir uma candidatura que represente, se possível, mais de uma força política." O petista disse que sua disposição é cuidar do mandato parlamentar, embora não feche totalmente a porta, "pois há um diálogo interno a fazer".

"Acredito que o mais correto é que façamos uma alternância na presidência nesse momento", afirmou.

Vale do Rio Doce

O presidente do PT disse que a discussão do apoio ao plebiscito sobre a privatização da Vale do Rio Doce, realizada em 1997, procurou não criar qualquer dúvida sobre o compromisso do PT com contratos e atos jurídicos perfeitos. Segundo ele, como neste caso há ações da Justiça envolvidas no processo de privatização, não há problemas no texto aprovado.

O partido defende que a privatização foi fraudulenta porque, segundo eles, a companhia foi vendida por R$ 3 bilhões e atualmente valeria R$ 50 bilhões. A aprovação foi comemorada pelos delegados.

Mas a aprovação da consulta representou uma derrota da direção do PT. O presidente Lula é contrário à ação. Ciente disso, Berzoini deixou o plenário na noite de sábado antes da votação.

"O Poder Judiciário, através de sua competência própria e exclusiva, é que vai decidir se houve ou não qualquer tipo de processo ilegal ou irregular", disse Berzoini.





Fonte: Folha de S.Paulo

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