Carlos Bezerra agora também é mira do PSOL
O PSOL vai apresentar requerimento para que o Conselho de Ética do Senado inclua as novas denúncias contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) nas investigações que já estão em curso no órgão sobre o presidente do Senado.
O partido decidiu que, antes de apresentar nova representação à Mesa Diretora da Casa para que o conselho investigue as mais recentes denúncias contra Renan, vai tentar incluir os fatos nos processos que já estão em andamento. O PSOL pensa também em pedir investigação sobre o deputado estadual Carlos Bezerra (PMDB-MT).
"Se o nosso requerimento não for acatado, o PSOL ser verá obrigado a ingressar com nova representação. Mas todas essas denúncias implicam em quebra de decoro", disse o senador José Nery (PSOL-PA).
Nas novas denúncias, Renan é acusado de envolvimento em esquema de arrecadação de recursos públicos e lavagem de dinheiro em ministérios chefiados pelo PMDB. O advogado Bruno de Miranda Lins acusa o seu ex-sogro, o lobista Luiz Garcia Coelho, de operar para diversos políticos do PMDB, entre os quais Renan, com recursos desviados de ministérios.
Coelho é pai de uma funcionária que trabalha no gabinete de Renan --ela é ex-mulher de Lins. O advogado prestou depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal para revelar as denúncias no ano passado, em meio à sua separação litigiosa.
O PSOL também decidiu que vai solicitar à Polícia Federal, que investiga o suposto esquema, cópia do depoimento prestado pelo advogado. O partido não descarta solicitar abertura de inquérito contra o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e o deputado Carlos Bezerra (PMDB-MT), acusados por Lins de envolvimento no esquema.
"Vamos buscar informações nos inquéritos da Polícia Federal e Polícia Civil para verificar se há necessidade de abertura de inquérito sobre outros parlamentares", disse Nery.
O deputado Chico Alencar, líder do PSOL na Câmara, rebateu as críticas sobre a quantidade de representações apresentadas pelo partido contra Renan --que responde a três processos por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética do Senado, dois deles a pedido do PSOL.
"Os que dizem que o PSOL faz isso para aparecer, é porque concordam que a gente se torne cúmplice de tudo o que há no país", rebateu.
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