Três senadores de MT votam pela absolvição de Renan
Além do apoio da base de sustentação do governo, Renan Calheiros deve contar com votos de senadores da oposição para arquivar o pedido de cassação contra ele, no plenário da Casa, onde a votação é secreta.
No DEM, ele deve ter o apoio de nove dos dezessete integrantes da bancada e, no PSDB, de pelo menos três dos treze. Para ser aprovado, o pedido de cassação tem de ter o respaldo de no mínimo 41 dos 81 senadores --maioria absoluta. Renan tem dito a aliados que terá mais de 50 votos a seu favor.
Em fevereiro Renan já contou com a oposição para derrotar o líder do DEM, José Agripino (RN), por 51 a 28, na eleição para a presidência do Senado.
Renan teve sua cassação recomendada, pelos relatores Renato Casagrande (PSB-ES) e Marisa Serrano (PSDB-MS). A votação está marcada para quarta-feira no Conselho de Ética e a previsão é que seja aberta, mas aliados de Renan podem recorrer ao Supremo Tribunal Federal.
Em uma derrota do presidente do Senado, o conselho aprovou por 10 a 5 a realização de votação aberta.
Nesse processo, Renan é acusado de ter despesas pessoais pagas por um lobista da empreiteira Mendes Júnior. Mesmo que seja absolvido em plenário, o presidente do Senado ainda enfrentará outras duas representações que estão no conselho. Ele é suspeito de ter beneficiado a cervejaria Schincariol em troca de vantagens pessoais e de ter comprado empresas de comunicação, por meio de "laranjas", com dinheiro de origem desconhecida.
Renan deve ter o apoio dos seguintes senadores do DEM na votação em plenário: Adelmir Santana (DF), Antonio Carlos Júnior (BA), Edison Lobão (MA), Efraim Morais (PB), Heráclito Fortes (PI), Jayme Campos (MT), Jonas Pinheiros (MT), Maria do Carmo Alves (SE) e Romeu Tuma (SP).
No PSDB, além de Tenório, ele deve contar ainda com os senadores Papaléo Paes (AP) e Flexa Ribeiro (PA), pelo menos.
Um indicativo de que a oposição está rachada é que as lideranças do PSDB e do DEM só conseguiram sustentar uma obstrução dos trabalhos do Senado durante uma semana. A intenção era não votar nada em plenário até a conclusão do processo contra Renan, mas os líderes não conseguiram controlar as próprias bancadas.
Também não é esperada unanimidade entre governistas. Renan contará com o apoio do PT, mas as exceções devem ser os senadores Eduardo Suplicy (SP), Augusto Botelho (RR) e Flávio Arns (PR).
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