Silval diz que ainda é cedo para falar em 2010 e 'descarta' candidatura
O vice-governador Silval Barbosa, do PMDB, recentemente lançado candidato a governador pelo partido para as eleições de 2010, considera "ser muito cedo" para se falar em candidatura e alerta que os projetos pessoais, "de quem quer que seja", podem naufragar num cenário político totalmente novo em Mato Grosso, após o segundo mandato do governador Blairo Maggi.
"Ninguém pode falar ainda em candidatura para o governo em 2010. Ninguém pode fazer política sozinho e ninguém ganha uma eleição sozinho, sem ter o apoio de um grupo político e uma proposta concreta de desenvolvimento para Mato Grosso", asseverou Barbosa, em entrevista para o Olhar Direto, ao descartar ser um pré-candidato para a sucessão de Maggi.
Na avaliação do vice-governador, o lançamento de sua candidatura foi prematura, embora o PMDB anseie voltar ao cenário político com um peso maior do que ocorreu nos últimos pleitos, onde foi apenas um coadjuvante. O importante, vaticina Silval Barbosa, é não cometer os erros do passado e consolidar um projeto a partir das eleições municipais de 2008, que serão um termômetro vital para 2010.
A preocupação de Silval Barbosa em não entrar em uma aventura política não é fortuita. O PMDB teve seu ápice político em Mato Grosso com a eleição de Carlos Bezerra (atuamente deputado federal) em 1986. De 1990 para cá, a agremiação peemedebista viveu momentos de antagonismo interno muito fortes e agonizou em muitos processos eleitorais.
A principal tensão interna foi quando se aliou ao seu principal adversário político, o PFL (atual Democratas, DEM), em 1998, na tentativa de derrotar o então governador Dante de Oliveira, já falecido, que foi um dos dissidentes do grupão do PMDB de 1986.
Dante, que foi eleito pelo PDT e reeleito já pelo PSDB, após apoiar a emenda da reeleição de Fernando Henrique Cardoso para presidente, impôs uma derrota sem precendetes sobre o PMDB de Carlos Bezerra e o PFL do ex-senador Júlio Campos, atualmente conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
"Por isso, os projetos pessoais não terão chances de sucesso. Caso o partido não forme um grupo conciso ou não faça alianças coerentes, a pretensão política de 2010 pode ser prejudicada", avalia o vice-governador.
Indagado pelo Olhar sobre a chance de ter o destino a seu favor com o tradicional "cavalo arreiado", Barbosa mudou um pouco o tom do discurso: aí temos que montar, mas dentro de uma coerência política e com um grupo que possa garantir a governabilidade".
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