Repórter News - www.reporternews.com.br
Politica Brasil
Quarta - 29 de Agosto de 2007 às 05:32
Por: Edilson Almeida

    Imprimir


O secretário de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso, Carlos Brito, passou a ser fortemente assediado pelo Partido da República, pelos Democratas e também pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Todos em busca, primeiro, de reforçar suas fileiras para as eleições do ano que vem. Os três partidos querem, principalmente, ter um nome de peso para “bancar” as discussões em torno de alianças e, se não conseguir viabilizar entendimentos, disputar a sucessão de Wilson Santos vislumbrando uma eventual vitória ou, quando nada, ganhar musculatura para as eleições de 2010. Brito entra como a “bola da vez”.

No DEM, a busca de um nome forte se transformou em prioridade a partir do momento em que o senador Jaime Campos anunciou o projeto “JJ-2010”, ou seja, ele próprio como candidato ao Governo do Estado e o senador Jonas Pinheiro disputando a reeleição. A chapa pronta foi referendada pelas principais lideranças no evento que implantou a sigla no Estado. Para isso, os democratas precisam disputar com força as eleições no principal colégio eleitoral do Estado, que é Cuiabá.

Até aqui, os democratas têm apenas a pré-candidatura de Anildo Lima Barros, que já foi prefeito de Cuiabá ainda nos idos do Governo de Júlio Campos. Barros foi o último prefeito nomeado e por mais que milite há tempos na política nunca foi às urnas. Inclusive, ele próprio vem estimulando possíveis aquisições pelos democratas. Antes de Brito, o partido vislumbrou a possibilidade de obter a filiação do deputado Sérgio Ricardo, atual presidente da Assembléia Legislativa, que tenta, por todos os meios, viabilizar seu nome internamente – mas sofre resistências.

No PT, a situação é a mesma. Partido do arco de alianças preferenciais dos republicanos, liderado pelo governador Blairo Maggi, a sigla é uma incógnita: uma parte defende os entendimentos partidários e outras querem a candidatura própria. A ala da aliança já buscou até um nome de fora, do médico Alencar Farina, para apresentar a possível aliança. Carlos Brito, por outro lado, tem a vantagem de ser pessoa próxima do governador. A rigor é o último do agrupamento político com livre trânsito na chamada “turma da botina”. Nesse caso, encaixaria nos anseios das duas alas: candidato próprio e o apoio do PR, o que pode se estender para 2010.

O quadro mais estranho, porém, está exatamente no partido de Maggi, o PR. A sigla tem o deputado Sérgio Ricardo com desejo de repetir a candidatura a prefeito, já manifestou intramuros que o presidente do Legislativo é o seu pré-candidato, o próprio Maggi já manifestou o nome do político como candidato, mas, não há segurança. Nenhum, diga-se de passagem. Internamente, muitos torcem o nariz e o fenômeno de 2004 pode acabar se repetindo, ou seja, parte dos republicanos “debandarem” para outra candidatura; quando nada, cruzar os braços. O caso mais agudo de que Sérgio Ricardo sofreu resistências fortes em 2004, quando era candidato pelo PPS, mesmo grupo hoje no PR, foi dado por ninguém menos que Terezinha Maggi, esposa do governador, secretária de Trabalho e Desenvolvimento Social, que preferiu subir no palanque do atual prefeito Wilson Santos.

O PR, em verdade, nunca abraçou a candidatura de Sérgio Ricardo porque parte da sigla vislumbrava – e ainda vislumbra –a possibilidade de ter Wilson Santos em suas fileiras. O prefeito tucano enfrenta problemas de ambiente dentro do PSDB depois do discurso eloqüente que proferiu em favor do presidente Luís Inácio Lula da Silva e dos elogios efusivos ao governador Blairo Maggi ao assinar contratos de transferências de verbas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Prova do ambiente ruim que o prefeito sequer conseguiu “emplacar” a direção do Diretório Municipal, agora a cargo do advogado Ussiel Tavares, mais ligado ao grupo liderado pelo senador Antero de Barros. Santos tinha tudo para sair do PSDB e ir para o PR, mas não deve fazê-lo.

De sua parte, Brito apenas observa e dialoga com seus correligionários. Até porque sabe que qualquer movimento neste momento pode representar problemas. Atualmente no PDT, partido beligerante as coisas do Governo, liderado por Otaviano Pivetta, ex-secretário do Governo Maggi, Brito ocupa um cargo relativamente sensível, de forte apelo emocional e de fácil crítica dos adversários. Para se ter uma idéia, o convite para entrar no PR e acabou sendo confundido com eventual candidatura e os reflexos foram sentidos na Assembléia Legislativa, onde se falou até em CPI da Segurança Pública, e na própria mídia, com o aumento da temperatura das críticas.

Brito apenas confirma os convites e diz que considera sua saída do PDT uma hipótese a ser estudada em função da postura que a sigla vem adotando em relação ao Governo. “Faço parte de um Governo cujo partido a qual pertenço está na oposição a esse Governo” – explicou, ao enfatizar que não está pensando em eleição neste momento. “Minha preocupação é com a execução de uma série de projetos que estamos realizando tanto na área da segurança pública como do sistema prisional” – disse, como bom político que é.





Fonte: 24 Horas News

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://www.reporternews.com.br/noticia/209361/visualizar/