PM não cumpre "vontade" de tenente e é preso

O soldado da Polícia Militar Ederson Gomes de Oliveira foi preso há sete dias e encaminhado para o presídio de Santo Antônio do Leverger por ter descumprido ordem do tenente Marcelo Moraes de Souza, do 9º Batalhão da PM. O soldado foi buscar o tenente na residência dele, no Bosque da Saúde, para levá-lo ao trabalho, no Batalhão. Entretanto, o soldado não seguiu o trajeto que o tenente havia determinado e recebeu a voz de prisão.

O tenente alega no "Auto de Prisão em Flagrante Delito", encaminhado à juíza da Vara Especializada da Justiça Militar, Lúcia Peruffo, que "ordenou" duas vezes ao soldado para que fosse pela Avenida Arquimedes Pereira Lima, mas que não foi obedecido. Na terceira ordem, o soldado cumpriu e virou na avenida. Ao chegar próximo do trevo do Boa Esperança, o soldado ligou a "seta" e entrou no bairro. O tenente diz que determinou novamente para o soldado continuar na avenida em que estava, mas foi desrespeitado. O tenente afirma que ordenou que o soldado voltasse para a avenida, pois segundo ele o acesso ao quartel seria mais fácil e que o soldado teria dito "você quer dirigir a viatura?". O tenente ainda denuncia que o soldado o chamou de "cara" na frente de outros oficiais.

O cabo PM Tiago Oliveira Pessoa, que estava na viatura, relatou que na primeira determinação do tenente, o soldado informou que não poderia virar porque seria contramão. Na segunda, o soldado não entrou na avenida dos Trabalhadores porque estava na pista do meio da Miguel Sutil. Na última ordem desrespeitada, o cabo relata que o superior teria gesticulado para o soldado virar à esquerda, e que o soldado argumentou que pela Fernando Corrêa da Costa seria mais rápido. O cabo diz que não ouviu o soldado falar para o tenente "você quer dirigir a viatura?".

O cabo PM Teodorico Marcolino da Silva, que também estava na viatura, ressaltou que eles ficaram das 18h25 até as 18h50 esperando o tenente em frente a residência dele. Também disse não ter ouvido a frase "você quer dirigir a viatura?" e que o soldado teria argumentado com o tenente que o caminho que estava seguindo era o mais perto.

O capitão PM Sebastião Pereira, que estava saindo de serviço quando o tenente chegou e contou o ocorrido, relata que chamou o soldado para conversar e que este estava muito nervoso. Que disse que não foi pela estrada do Moinho porque a viatura estava com problemas no farol. Disse que quando foi questionado pelo tenente falou a ele que poderia levar a viatura se quisesse e que sempre que fazia referência ao tenente falava "esse cara".

O soldado afirmou que o tenente pediu que fosse "de forma acelerada", pois estava atrasado para asssumir o serviço. Disse ainda que as ordens dadas teriam sido na realidade sugestões e que procurou o caminho mais rápido. Também negou ter dito para o tenente dirigir a viatura.