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Cidades/Geral
Quinta - 16 de Agosto de 2007 às 19:10
Por: Edilson Almeida

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Há indícios de corrupção na Polícia Militar. A informação foi dada pelo coronel João Batista Vanini, responsável pelas investigações relacionadas a casos de tortura de trabalhadores rurais na região do Vale do Araguaia, em Mato Grosso. A situação foi confirmada pelo deputado Adalto de Freitas (PMDB), ao dizer que estava estranhando a divulgação do resultado do Inquérito Policial Militar (IPM) dando conta de que os militares estariam sendo inocentados. “É muito estranho que o resultado parcial do inquérito esteja sendo comemorado, antes mesmo de apurar todas as suspeitas” – ele comentou. Segundo Vanini informou ao deputado, os caso de corrupção ainda estão sendo apurados.

O indício maior que aponta para eventual inocência dos militares acusados seria a não constatação de lesões corporais nos trabalhadores rurais que denunciaram as agressões. Para o deputado, porém, a demora para os exames de corpo delito certamente pode ter influenciado. Daltinho afirmou, por outro lado, que preferia não entrar nessa discussão e acreditar nas investigações que levaram o governador Blairo Maggi a demitir os comandantes militares. “Fica parecendo que divulgação do inquérito antes do final, visa amenizar os conflitos internos gerados no comando da Polícia Militar, e agradar a parte atingida. Porém, a sociedade exige seriedade dos responsáveis pela apuração dos fatos” - cobrou o deputado.

“A decisão pela demissão do comandante Geral do Estado e de todo o Comando Militar do Araguaia foi tomada com base em investigações da área de inteligência da própria Polícia Militar” - lembrou o parlamentar. “Além do mais o governador não seria irresponsável ao ponto de demitir todo um comando militar sem provas consistentes de irregularidades”.

O político falou a respeito da “falta de transparência na investigação dos crimes militares, pelo fato da apuração ser interna, realizada pelos próprios militares”. O parlamentar justifica que a isenção na investigação e julgamento da prática de crimes é um princípio fundamental, sem o qual não se pode falar em resultados que possam expressar a busca da ética, moralidade e justiça. Segundo o deputado “militares não podem investigar crimes praticados por militares, pois o resultado das investigações e julgamentos podem estar submetidos ao jogo de conveniência do corporativismo, e a sociedade ficar prejudicada”.

Para Daltinho é necessário que os crimes militares sejam investigados por instituições independentes da influência do circulo militar. “Isso para que não pairem dúvidas, pela inexistência da independência e transparência mínima indispensável”, frisou o parlamentar. “A Polícia Militar não é uma instituição familiar, é uma corporação que pertence ao Estado, foi criada para servir ao povo e deve ser por ele investigado, através das instituições credenciadas”, defendeu. “Na democracia nenhuma instituição pode ser senhora de si mesma. Pois, que instrumentos têm a sociedade para defender-se de eventuais abusos, quando quem julga a PM é ela mesma” - questionou.





Fonte: 24 Horas News

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