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Esportes
Sábado - 11 de Agosto de 2007 às 21:22

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SÃO PAULO - O futsal brasileiro (que fez bonito no Pan, mas não tem lugar em Olimpíada) vive momento oposto ao do futebol. Enquanto a turma do gramado vai cada vez mais cedo para a Europa (e para outros lugares menos cotados), os craques das quadras estão fazendo o caminho inverso.

Neste 2.º semestre, pelo menos 10 jogadores trocaram os ginásios europeus pela Liga Futsal, o equivalente ao Campeonato Brasileiro. Dois deles, Lenísio e Simi, participaram da campanha que rendeu ao Brasil a medalha de ouro no Pan do Rio. Entre os demais, dois astros veteranos que retornaram ao Brasil para pendurar os tênis (casos de Manoel Tobias e Indião), e outros jovens valores que já defenderam - ou têm potencial para defender - a seleção.

Há varias causas para essa "debandada ao contrário" que vive o futsal brasileiro. O Polaris Cartagena, um dos principais times da Espanha, fechou as portas e mandou todo mundo embora, incluindo os craques Manoel Tobias, Lenísio e Simi. O Celta de Vigo, onde jogavam Ari e Indião, caiu para a segunda divisão.

Mas segundo Cacá Pavanello, diretor da Malwee/Jaraguá, time que já tinha o astro Falcão e repatriou Lenísio, há outros motivos. "O dólar e o euro perderam valor em relação ao real", explica. "E assim fica mais fácil para os times brasileiros fazerem frente às propostas da Europa". O dado positivo é que vários deles voltaram com contratos longos.

O ala Manoel Tobias, de 36 anos, antecessor de Falcão no 'cargo' de maior ídolo do futsal, confirma a tese do cartola. "Quando eu saí daqui, em 2003, um euro comprava quatro reais. Agora está quase a metade", diz o jogador, que trocou o Polaris Cartagena, da Espanha, pela Ulbra, do Rio Grande do Sul.

O supervisor da Ulbra, Atílio Dias, diz que os investimentos na Espanha, principal destino dos jogadores brasileiros, diminuíram no último ano. "Ficou um pouco mais fácil para os times brasileiros", avalia Dias. "A briga está um pouco menos desigual."

O pivô Leandro Simi, de 29 anos, era companheiro de Tobias na Espanha. E voltou para o Joinville. "Foram quatro anos na Europa, ainda tinha mercado, mas preferi voltar por causa da família", argumenta. Mas não foi apenas da Espanha que os craques voltaram. O pivô Serjão, artilheiro da Liga Futsal em 2003, estava na Rússia, onde os clubes pagam bem, mas o campeonato é fraco. Foi repatriado pelo Carlos Barbosa, do Rio Grande do Sul. O ala Xoxo não se deu bem na Lazio, da Itália, e agora defende o Cortiana/UCS, de Caxias.

Concorrência para Falcão, o melhor do mundo. "Eu acho ótimo", diz o camisa 12 do Malwee/Jaraguá. "Valoriza a Liga, fica melhor para a seleção, que passa a ter uma base boa no Brasil."




Fonte: Estadão

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