Secretário Daldegan será ouvido de novo pela CPI
O secretário de Estado de Meio Ambiente, Luiz Henrique Daldegan, será convocado para uma nova rodada de depoimentos junto à CPI da Sema. A convocação, cuja data ainda será marcada, se justifica pelas lacunas nas declarações apresentadas a membros da Comissão Parlamentar de Inquérito esta semana. As respostas, em várias passagens, soaram como evasivas.
De acordo com o presidente da CPI, deputado estadual José Riva (PP), o segundo depoimento tratará de questionamentos pessoais a Daldegan. Ele afirma que a primeira convocação abordou informações gerais da pasta, de cunho mais técnico, e a provável nova inquisição se direcionará para aspectos mais focalizados na atuação interna do secretário.
Os questionamentos incluirão, neste caso, o próprio desempenho de Daldegan na prevenção e combate de fraudes envolvendo a Pasta. Demonstrando cautela perante a condução dos trabalhos, Riva condiciona a nova convocação ao resultado final da análise do primeiro depoimento da CPI. “Provavelmente teremos um depoimento em breve, mas de cunho pessoal em relação a Daldegan”.
Ao contrário do secretário, Riva afirma que o governador Blairo Maggi (PR) dificilmente será convocado oficialmente pela CPI. A declaração contraria informações veiculadas nos últimos dias de que o chefe de Estado seria um dos alvos nas inquisições. “Achamos que não haverá necessidade para isso”, justifica.
O secretário Luiz Henrique Daldegan prestou declarações à CPI na última terça-feira (31). O depoimento na Assembléia durou cerca de quatro horas, mas os esclarecimentos sobre a atuação na secretaria foram considerados evasivos em vários momentos. O secretário não se negou a responder questionamentos ou dúvidas dos parlamentares.
Diante de lacunas nas respostas, o gestor acordou o envio, no prazo regimental de cinco dias, de números e dados não disponíveis em mãos durante a inquisição. Durante as declarações, o secretário se ateve aos esclarecimentos sobre a estrutura funcional e física da Sema. Foram cerca de 80 questionamentos, apresentados na maior parte pelo presidente da CPI.
Para o relator da CPI, Dilceu Dal Bosco (DEM), as falhas na oitiva ainda são atribuídas à própria comissão. “Acho que o número de perguntas foi excessivo. Muitas questões poderiam ter sido enviadas e respondidas em forma de ofício. O secretário também foi evasivo em algumas respostas, mas acho que podemos melhorar todo o andamento dos trabalhos”.
A CPI da Sema foi criada no dia 16 de julho e tem o objetivo de apurar denúncias de irregularidades na Pasta. A Comissão Parlamentar de Inquérito instituída na Assembléia Legislativa é reflexo direto do novo escândalo envolvendo a gestão ambiental no Estado com a deflagração da Operação Guilhotina.
De acordo com o relator da Comissão, deputado Dilceu Dal Bosco (DEM), ficou definido que a CPI realizará reuniões de rotina às terças-feiras, das 7h às 9h. Permanece no calendário de ações as reuniões ordinárias às quartas-feiras, a partir das 14h.
A CPI, segundo Dal Bosco, também poderá propor a realização de reuniões extraordinárias, caso seja necessária. A Comissão também pretende ouvir nos próximos, ainda sem data definida, madeireiros da região Norte do Estado.
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