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Nacional
Quarta - 25 de Julho de 2007 às 21:05

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O Palácio do Planalto deu versões diferentes para a saída de Waldir Pires do Ministério da Defesa. Ele foi substituído pelo ex-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Nelson Jobim. De manhã, o porta-voz da Presidência, Marcelo Baumbach, disse que Lula pediu a Pires que ele entregasse o cargo.

"O presidente Lula reuniu-se esta manhã com o ministro da Defesa, Waldir Pires, e pediu a ele que entregasse o cargo. O presidente agradeceu ao ministro Pires pela altivez com que assumiu e conduziu o Ministério da Defesa. No entanto, o presidente ponderou ao ministro que, neste momento, era necessário um novo perfil para conduzir o ministério e, particularmente, a crise do setor aéreo", disse Baumbach.

À tarde, a assessoria do Palácio divulgou nota informando que não Lula não pediu o cargo a e que o ex-ministro que pediu para ser exonerado. "A informação correta é que Waldir Pires solicitou a sua exoneração ao presidente, a qual será formalizada nesta quinta-feira, no Diário Oficial da União", diz nota do Palácio.

Hoje, na posse de Jobim, Lula disse era muito difícil para ele trocar um "companheiro" de sua equipe. "O momento mais difícil é a troca de um companheiro por outro companheiro. Quem está na política sabe que isso às vezes é necessário", disse o presidente.

A Folha Online apurou que a versão final, dada por Lula, atendeu a um pedido de Pires. É que o ex-ministro não queria passar a impressão de ter sido derrotado nem incapaz, uma vez que foi duramente criticado no agravamento da crise aérea, depois do acidente com o Airbus-A320 da TAM.

"Quando você [Waldir Pires] me comunicou sua decisão de sair, e eu aceitei é porque compreendo o momento que estamos vivendo. Não permito a quem quer que seja interpretar que o companheiro Waldir deixou o governo sem prestar os mais relevantes serviços", disse Lula.

PT

A Folha Online apurou que Lula pediu mesmo o cargo a Pires. Mas que seria melhor para o Planalto e para o ex-ministro a informação de que ele pediu ser exonerado. Dessa forma Pires não deixa o governo com a marca de ser o responsável pela falta de comando para resolver a crise aérea.

Para o Planalto, essa versão não irrita setores do PT. O ex-ministro é uma das figuras mais respeitadas dentro do partido e seu trabalho à frente do CGU (Controladoria Geral da União) foi elogiado.

Pires deixou a CGU para ocupar a Defesa em abril de 2004. O cargo estava sendo acumulada pelo vice-presidente José Alencar. No novo posto, ele foi confrontando em setembro com a queda do avião da Gol, que deixou 154 mortos. Em seguida, ele enfrentou um motim de controladores de tráfego aéreo e uma sequência de fatos que geraram atrasos e cancelamentos em vôos de todo o país.

A situação ficou insustentável após o acidente com o avião da TAM, na semana passada, que deixou 199 mortos, o maior da história do país. Logo depois, na noite de sexta-feira (20), houve uma pane no Cindacta de Manaus que impediu a passagem de vôos pela região Norte do país --provocando um efeito cascata com atrasos e cancelamentos em todos os aeroportos do país no final de semana.




Fonte: Folha Online

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