Organização atribui fracasso de reforma migratória dos EUA a "onda de ódio"

O Conselho Nacional da Raça, a maior organização defensora dos direitos dos hispânicos nos Estados Unidos, atribui a rejeição no mês passado, pelo Senado, da proposta de reforma migratória a "uma onda de ódio" em direção aos latinos, informou hoje o jornal "The Washington Times".

A vice-presidente do Conselho (NCLR, sigla em inglês) encarregada de pesquisa, campanhas propagandistas e projetos de lei, Cecilia Muñoz, disse ao jornal que esse sentimento de ódio "teve um impacto extraordinário no Senado".

"Como nação, não acho que devamos aceitar o fato de que o Senado dos EUA (ao rejeitar a reforma) respondesse ao que, em grande medida, era uma onda de ódio", disse.

Muñoz afirmou que a proposta de reforma migratória, que possibilitaria a muitos dos 12 milhões de imigrantes ilegais legalizar sua situação, não foi discutida no Congresso por seus próprios méritos, mas os legisladores se deixaram levar pelo fato de "sentir-se incômodos com os latinos".

A vice-presidente do NCLR fez suas declarações ao "Washington Times" à margem do congresso nacional do Conselho, que se iniciou no sábado em Miami e termina na próxima terça-feira, e que é centrado em impulsionar a inscrição dos hispânicos com direito a voto e em fomentar sua participação nas eleições.

Estão previstos para hoje no congresso discursos de alguns dos principais candidatos nas primárias presidenciais do Partido Democrata, como Hillary Clinton e Barack Obama.

"É importante que tenhamos insistência na língua espanhola e que a mantenhamos e que passemos esse empenho a nossos filhos e netos", disse na jornada de ontem o republicano pelo estado da Flórida Lincoln Díaz-Balart, membro da Câmara dos Representantes, segundo o "Washington Times".

Díaz-Balart pareceu, com isso, fazer uma alusão a um componente da reforma migratória que estabeleceria o inglês como idioma oficial dos EUA, país que até o momento não designou formalmente nenhuma língua como oficial.

O NCLR se opõe ao estabelecimento do inglês como idioma oficial dos Estados Unidos.